quarta-feira, abril 30, 2008

Blogs

Confesso que sou leitora assídua (assídua mesmo) de poucos blogs. Na verdade, acho que de nenhum, nem do meu - o que justifica as idas e vindas de meus 3 leitores (sim, vocês 3 mesmo), que aparecem e desaparecem em consonância com meus aparecimentos e desaparecimentos.

Eu leio o Malvados com pouca freqüência, esquecendo que as tirinhas são diárias, e geralmente leio as tirinhas anteriores me arrependendo das gargalhadas que deixei passar e que fizeram falta em dias vazios e sem graça (ultimamente uma constante, ao menos 8h por dia).

Leio o Giant in the Playground por culpa da Order of the Stick, e mesmo assim só leio a Order of the Stick, tendo começado na minha semana de licença médica, há uns bons meses, por recomendação do Thiago (o amigo super-hiper-mega nerd com faculdade de economia e que fez eletiva em Teoria dos Jogos). Depois de muito tempo ainda estou no quadrinho 292 enquanto o site está no 500 e alguma coisa.

Leio O Cachambi não é aqui! todas as vezes que o Leandro, no auge do desespero, abre a janelinha do sametime e fala "vai no meu blog e lê o que eu escrevi lá!", eu me arrependendo do tempo que fiquei longe. Solidariedade é você deixar comentário!!! Solidariedade é passar e falar ao menos oi, mesmo com toda a burocracia do servidor...

Eventualmente, quando passeando por blogs divertidos, eu lembro de entrar no Garotas que dizem Ni, uma homenagem a minha própria insanidade digna de livro, filme e fotografia.

Não leio os blogs dos meus outros amigos, abandonados, esquecidos ou simplesmente substituídos por flogs cujo endereço eu recebi algum dia.

Sou relapsa, sou acomodada e confesso que os links ficam muito longe no meu próprio blog. Ficassem mais em cima, perto do título, eu talvez lembrasse de clicá-los com maior frequência.

Hoje eu fiquei com peso na consciência.
Um dos meus 3 leitores já havia dito estar sentindo falta dos meus posts - em uma clara referência ao desinteresse que eu (carne, ossos e mini-hérnia em formação) desperto nas pessoas.
E o Leandro, linkado aí em cima, fez o favor de publicar um post elogiando os blogs que ele lê. Eu não merecia estar ali - e não fosse ele um menino sincero pra caramba eu desconfiaria que ele só me incluiu por saber que eu eventualmente leio (advogado gosta de fazer média, vocês sabem..).

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Leandro, obrigada!
Reclamaram dos posts sobre o Flamengo e eu acho que já estive melhor, mas obrigada mesmo assim!

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E entrem no blog dele, gente. Se não for pelo texto (que eu adoro), que seja pelo link para as fotos dele no flicker. Sensacional fotógrafo, autor da foto que eu mais gostei do meu casamento.

terça-feira, abril 29, 2008

Apólogo

Não é sobre o Flamengo, caju. =)

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Vocês conhecem um conto do Drummond chamado "Apólogo"? Não tenho certeza quanto ao autor nem quanto ao nome, mas resumidamente é a história de uma agulha que se revolta por achar que faz todo o trabalho para a linha - que nada faz - ir às festas nas roupas das clientes da costureira. Esta história se passa na caixinha de costura, e a conclusão é que todos, em algum momento da vida, servimos de agulha a alguma linha ordinária e sem consideração.

Lembrei desse conto há alguns meses - e digo isso sem ressentimento, até achando graça - quando uma menina que estudou comigo me ligou pedindo algumas informações sobre um concurso que eu tinha feito. Não digo que ela não poderia ter ligado - afinal, ela tinha meu número, e são relativamente poucas as pessoas que o têm. Digo apenas que foi estranho atender o telefone e ouvir alguém que eu não via há séculos me pedindo informações sobre concurso quando ela poderia ter me ligado há outros séculos para devolver um dvd meu que ainda está com ela desde que nos vimos pela última vez.

Isso tem aproximadamente 3 anos. E nesse tempo todo ela me ligou, tirou a dúvida que queria, tornou a ligar, tornou a tirar dúvida e pedir informações - me senti o RH da empresa, mas fui bastante solícita até onde permitiram meus pareceres e meus prazos. E nada do dvd.

Não me incomodo em ajudar, se eu puder ajudar. Mas é engraçado como algumas pessoas conseguem ter força de vontade (ou cara de pau, não sei bem.. rs) suficiente para procurar pessoas com quem não tem intimidade e pedir ajuda, repetidas vezes, esquecendo o que elas deveriam fazer...

O mais engraçado mesmo é que, neste caso específico, deu pra perceber que ela não estava à vontade. Ou seja, ela não tem cara de pau. E sabia que a situação era estranha para nós duas.

Com perdão do trocadilho a ouvidos mais ou menos sensíveis... cara, tá no inferno? abraça o capeta e chama de parceiro! Não dá pra ficar de mesuras, não dá pra ficar com meias palavras. O ato em si pede coragem e ausência de tecidos humanos no rosto. Abrace sua natureza vegetal! Pra usar, usa direito, caramba, desde que não avacalhe.

sábado, abril 26, 2008

Cada um no seu...

quadrado.

Fase 1 - o vídeo do KibeLoco

quarta-feira, abril 23, 2008

Ah o Flamengo...

Disse o Cris que eu perdi um jogão não indo ao Maracanazinho assistir Flamengo x Corrientes.
Pelo preço eu deveria ter ido. Pela torcida também. E aparentemente pelo jogo.

Estava me arrependendo de não ter ido enquanto via o Flamengo (peladeiros de plantão) tomarem um escaldo bonito do Bolognesi na tal goleada que aconteceria hoje. Jogaram água na fogueira, enquanto todos os rubro-negros se perguntavam que diabos tinha acontecido com o time.

São Jorge não é o padroreiro do Flamengo, mas não seria certo que no dia de um santo nosso time - abençoado com certa regularidade - fosse abandonado à própria sorte, aos passes bisonhos do Léo Moura (que que é isso, Perla..) e ao Souza.

(Aliás, eu me pergunto o que será do Souza quando Joel mudar de continente...)

Depois de um 1o tempo assombrosamente sem gols e de assistir a zaga do Bolognesi fechar-se - até com jogadores usando o próprio corpo como escudo -, depois de gols perdidos sabe-se lá como, uma falta. A torcida grita, o Maraca inteiro grita "Bruno! Bruno!" e ele caminha em direção ao gol.

Eu só conseguia pensar no nosso gol lá, abandonado, sozinho, e tão, tão longe de onde o Bruno estava agora parado, conversando, ajeitando a bola. Foram segundos - segundos - de hesitação. Minha hesitação, não dele e nem da galera que virou minha companheira de cadeira amarela. Ninguém hesitou, além de mim. Nem o goleiro do Bolognesi, que teve a certeza do erro do Bruno. Cobrança perfeita, a bola fez uma sutil curva, encaixando-se delicadamente no canto esquerdo do goleiro. Lindo. O Maraca explodiu, a torcida comemorava o gol, o Bruno, o gol do Bruno, tudo. E eu gritava junto.

Poético e simbólico. No dia de São Jorge, santo guerreiro, protetor, quem abriu o placar foi o nosso protetor, o melhor goleiro do Brasil, pqp. Indicou o caminho, abriu os braços pros jogadores e sorriu, calado, em paz. Outro gol? Do Obina? Eu não lembro. Nada ofuscou o gol do Bruno, meu caro Thales...

Arrependida de não ter ido ao basquete? Talvez.
Feliz por ter ido ao futebol? Aos 40min do segundo tempo eu respondi. "Valeu a pena ter vindo a esse jogo só por esse gol do Bruno."

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Temos musiquinha nova para os jogos contra o Fluminense. Uma pena que o horário não me permite revelá-la...

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Bruno, eu te amo!

(Cumprindo uma promessa.. rs)

sexta-feira, abril 18, 2008

ThinkGeek

O legal nos links é exatamente como você vai parar em locais cuja existência não conhecia e que agora você não consegue largar.

Tudo começou com um artigo sobre os 15 livros de ficção científica que todos precisam ter (os tais "must-have").

Primeiro eu descubro que a lista realmente não deve ter sido bem elaborada, pois eu não tenho uma biblioteca tão boa assim e só não tenho 4 desses livros. 4! 4!!!

Depois, seguindo links, parei no site que dá título a esse post e pensei "Ora, quem disse que nós* não temos senso de humor?"

Já fiz uma lista de compras impressionante. O difícil vai ser pagar o frete...

Pessoas, vençam seus preconceitos! ThinkGeek!
As camisas são no mínimo engraçadas (ao menos praqueles que tem um lado nerd desconhecido).



*Desculpa, galera, mas depois de publicar no blog no último ano usando a parte "editar html" do blogger, eu me considero nerd...

quinta-feira, abril 17, 2008

Inspira, expira, inspira, expira...

Inspira, expira, inspira, expira, inspira, expira...
E que o coração não esqueça de bater.

Vai passar rápido, este é um local seguro, um ambiente controlado, uma instituição séria.
Peraí, tem certeza que eu não tenho mesmo nada de metal? E minhas obturações? Caramba, agora que eu lembrei que uma das brocas quebrou dentro do dente! Eu tenho metal!

Barulho ensurdecedor.

Será que é por causa do metal?

Inspira, expira, inspira, expira...
Conta. Ele disse 20 minutos. Essa é a segunda vez que tem barulhos ensurdecedores ininterruptos, então se eu contar, posso calcular quanto tempo falta.
1001, 1002, 1003...

6 minutos e o barulho pára.
Toda vez que ele pára o coração pára junto.
E eu respiro fundo.

Não desmaia, Sarita, se desmaiar você vai se mexer, ele disse que não pode mexer, não pode nem coçar o pé.

Inspira, expira, inspira, expira...
O barulho volta, e depois de mais 6min pára. Silêncio. Silêncio. A máquina continua fazendo um barulhinho persistente, só pra não dizer que o silêncio é absoluto.

Naquele espaço mínimo, claro, com vento no rosto e metal por todos os lados, eu penso em inundações, assassinatos, invasões, falta de energia, todo tipo de catástrofe que irá acontecer a qualquer segundo, enquanto eu estou ali, imóvel, batimentos cardíacos contados, consciência mantida a muito custo e nível de desespero controlado a base de muitos pensamentos positivos. Até a voz dizer "Tudo bem, Sarita?"

Não, não está tudo bem!!! Se você perguntar isso seriamente eu vou começar a socar essa máquina e vou me libertar na marra!!!
"Tudo, mas vai demorar muito?"

"Já acabou, já vamos tirar você daí."

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A sensação é de ser enterrada viva, sem que ninguém tenha te explicado que você morreu - porque se tivessem explicado você poderia relaxar e se asfixiar em paz, claro.

Depois de 20min fazendo ressonância magnética eu descubro que não tenho claustrofobia, mas que em sã consciência eu nunca mais vou saltitante e curiosa fazer um exame que te deixa trancafiado num cubículo barulhento por 30min.

E não, não dá pra pensar. Seus pensamentos não cabem ali dentro com você.
Mas sempre resta como opção cantar (eu escolhi "Hero", da Mariah Carey, e "Mr Jones", do Counting Crows - sim, eu estava desesperada).
No final, eu entoava o mantra das Bene Gesserit: I must not fear. Fear is the mind-killer. Fear is the little death that brings total obliteration...

Nunca pensei que ler ficção científica fosse efetivamente me ajudar...

terça-feira, abril 15, 2008

Chicken

Muitas são as opções no banco de imagens do Google, mas esta é a que melhor representa:



Kung-fu chicken.
Olhando de longe - e com fundo vermelho - parece assustador. Mas na verdade não é. Tem medo. E não conhece o mantra das Bene Gesserit*.

Pobrezinho...

O resultado é simples: eu, que não tenho medo, mas sigo ordens, acabo também me sujeitando a esse rótulo. Vai entender...


*"I must not fear. Fear is the mind-killer. Fear is the little death that brings total obliteration. I will face my fear. I will permit it to pass over me and through me. And when it has gone past I will turn the inner eye to see its path. Where the fear has gone there will be nothing. Only I will remain."

quarta-feira, abril 09, 2008

Compras!!!

Gente! Baixou o consumismo!
Entrei ontem na amazon.com e comprei um monte de livros!!!

Não, eu não perdi esse triste hábito de comprar livro. E não, eu ainda não comprei novas prateleiras. Por enquanto os livros vão sendo alocados na segunda fileira nas prateleiras que já estão aqui.

Mas minha coleção voltou ao ponto onde deveria estar.
Depois de ter lido "Children of Dune" no palm e ter colocado quinhentas citações aqui, achei por bem comprar o livro e terminar a coleção que foi iniciada com uma menção nada honrosa a meu péssimo hábito de ler pessoas.

Resolvi adotar a prática defendida por minhas companheiras de prática:
"There's no secret to balance. You just have to feel the waves."

Quando for pra comprar, compro. Quando for pra ler, leio. Quando for pra emprestar, empresto. E quando for pra passar o livro adiante (o que é mesmo muito agradável), a gente passa também, colocando dedicatória porque essa é a melhor parte. =)

Quadrilha

Eu estava preparada para fazer um tratado do amor não correspondido (em homenagem aquele poema do José, que amava Teresa, que amava...), mas limitar-me-ei a descrever a cena.

6a feira, choppinho, quatro amigos num bar. Um único menino.
O menino está cercado por 3 meninas absolutamente diferentes: menina A, menina B e menina C.
Menina A acha tudo que ele faz perfeito, é superprotetora e por isso mesmo meio desligada.
Menina B não reparou que ele é apaixonado por ela, ou melhor, reparou mas prefere não acreditar pelo risco de perder o amigo.
Menina C não o acha perfeito, mas o acha surpreendentemente igual a ela, motivo pelo qual ela sabe que ele está apaixonado e sabe que ele não vai falar nada.

Menina B conversa muito com menina C, e menina C conversa muito com menina A.

Em um desses papos, menina C comenta a noite do choppinho e diz que menino não sabe disfarçar. Menina A não entende e menina C explica; menina A não acredita e promete confirmar com menino. Menina B finge que não entende mas, depois de alguns minutos, resigna-se.

Menina C, então, percebe que menino não vai falar nada. E que dois amigos do menino (que ela viu uma única vez) percebem tão bem quanto ela. Menina C pensa "Caramba... de que adianta anos de convivência se eu, que conheci o menino ontem, sei o que ele quer só de olhar pra ele?".

O pior de tudo pra menina C é saber e não poder falar nada, por absoluta falta de evidências. Ainda que o olhar de felicidade seja o suficiente para comprovar. E menina C fica triste pelo menino, porque o poema se encaixa como uma luva:


Quadrilha (Carlos Drummond de Andrade)

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

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A filha de João ia casar com Antônio, mas acabou fugindo com Pedro.
Antônio amava a menina que amava Pedro.
Quadrilha.

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Amizade é uma m*. Traz intimidade, e a intimidade traz a liberdade pra dizer tudo que se pensa. Até magoar fica mais fácil.
E nem por isso menos dolorido.

O bom em ter amigos é não ter que pedir desculpas toda hora. O pedido de desculpas fica subentendido no "tá desculpado" que serve pra substituir o "foi mal", e mesmo na pressa em explicar tudo pra não parecer que foi de propósito.

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Thiago, meu caro, lembre o mantra. Um dia você perde o medo. =)

domingo, abril 06, 2008

Maratona Odeon

Como sempre, eu enviei o convite pra trocentas pessoas. Como sempre, elas disseram que não poderiam.
Diferentemente das outras vezes, dessa eu fui, mesmo correndo o risco de estar sozinha.

Acabei não estando. E entre pipocas, pessoas estranhas e uma caixinha de tic-tac que só não esvaziou porque foi levada embora ao final do 2o filme, eu me surpreendi com "Once", o filme irlandês que esteve entre os finalistas do Oscar de melhor trilha sonora e ganhou.

A fórmula é simples e o resultado é bom. Quem assiste compra a história, compra o drama, compra o clima "crescendo" e com clímaxes cada vez maiores, típico de filmes europeus (aquele ritmo que, quando você percebe, acabou e você se sente confortável e relaxado). Mas o surpreendente mesmo são as cenas de música. A ponto de eu resolver comprar não só a história, mas também o cd.

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Meu agradecimento público a meus companheiros de dor nas costas nessa 6a feira de Maratona nas cadeiras super-confortáveis do Odeon.
Merci, Thiago. Merci, Romulo. =)

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ERRATA

Quando eu falei "trocentas pessoas", referi-me às 7 ou 8 que costumam passar a madrugada na rua e voltar pra casa na manhã do dia seguinte... Alguns, que têm curso no sábado ou eventualmente plantão, além daqueles que não iriam MESMO, eu não chamei.
Poxa, Leandro, isso não quer dizer que eu não gostaria da companhia do senhor e de sua senhora, mas imaginei que não pudessem ir e que ficariam frustrados.

Aliás, se você não viu esse filme, veja.