quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Babel

Apareceu um Cristo pra ir comigo ao cinema ver Babel, depois de algum tempo implorando por companhia.
Fomos eu e Pedro.

Críticas à parte, o filme é daquele gênero que, ao final da sessão, você não sabe se pula da passarela do Carioca (o shopping) ou se agradece a Deus a felicidade que é sua vida cheia de atropelos.
Eu confesso que voltei pra casa imaginando todos os eventos que poderiam suceder-se à minha ida ao cinema com o Pedro, exatamente por eu TER IDO AO CINEMA COM O PEDRO.
E se eu tivesse ficado em casa? E se eu tivesse ido em outro cinema? E se eu visse outra sessão? E se eu tivesse ido outro dia? E se eu tivesse ido sozinha? Ou com outra pessoa?

Sério. Não sei o que acontece, mas você passa da angústia ao desespero à tristeza absoluta e ao remorso em menos de 15 minutos - e ao final das mais de 2h de filme parece que você viveu uma vida inteira em meia hora.

Juliana tinha falado que a câmera balançava demais, pra aumentar a sensação de imersão do espectador. "Sinta-se no filme correndo junto com o Brad Pitt." Não me senti correndo, mas me senti no filme, no calor, com dor, perdida, suicida, e absurdamente angustiada.

O filme é angustiante. E só. Se isso é bom? Depende de quem assiste. Pra mim foi.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Pior do que fazer algo errado e sentir-se culpado é fazer algo apenas questionável e ter vontade de se matar. Ou pior: fazer algo que as pessoas nem consideram questionável, mas que você acha que sim.

Enfim. Foi-se.
Sorry. =/

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

BR

O que um japonês, "Urge Overkill' e "The way" têm em comum?
Isto.

Explico.

Leandro, após o almoço e uma conversa sobre empregadas e músicas bizarras, aparece-nos com o seguinte desafio: descobrir para ele o nome de uma música que ele tentava achar há anos (literalmente), sem sucesso.
As dicas: ele cantarolava perfeitamente a música e sabia que havia uma palavra com certeza na letra: "today".

Por acaso, eu e Juliana conhecíamos a música. Ela diz que trata-se de música da banda Urge Overkill. Eu, como boa googleira, procuro "today" "urge overkill" lyrics.
Não acho. Ou melhor, acho várias músicias - vocês podem imaginar que a palavra "today" seja meio comum em letras de música... Decido então buscar os trechos da música que eu achava serem do jeito que eu cantava: "urge overkill" "lyrics" "before the sun" "that day".
Acho muitas coisas. Dentre elas uma página em japonês onde havia o nome dessa banda (Urge Overkill) e o exato trecho da música. Ainda achei estranho aparecerem tantos resultados, mas abri a tal página. Nada. Não era essa a banda, mas era essa a música.

Bastou então escolher um verso e procurar no Google. Graaaande Google...

Ou seja: por puro acaso, um japonês publicou no seu blog tanto a letra da música que a gente queria quanto o nome da banda que nós pensávamos interpretá-la.
Acaso?



The Way - Fastball

They made up their minds
And they started packing
They left before the sun came up that day
An exit to eternal summer slacking
But where were they going Without ever knowing the way?
They drank up the wine
And they got to talking
They now had more important things to say
And when the car broke down They started walking
Where were they going without ever knowing the way?

CHORUS:

Anyone could see The road that they walk on is paved in gold
And It's always summer, they'll never get cold
They'll Never get hungry
They'll never get old and gray
You can see their shadows Wandering off somewhere
They won't make it home
But they really don't care
They wanted the highway
They're happier there today , today

The children woke up
And they couldn't find 'em
They Left before the sun came up that day
They just drove off
And left it all behind 'em
But Where were they going Without ever knowing the way?

Anyone could see The road that they walk on is paved in gold
And It's always summer, they'll never get cold
They'll Never get hungry
They'll never get old and gray
You can see their shadows Wandering off somewhere
They Won't make it home
But they really don't care
They wanted the highway
They're happy there today , today (repeat)

domingo, fevereiro 25, 2007

E de novo...

Eu não gosto de estimular polêmica, mas Vasco vice no ano que o Romário quer marcar o milésimo gol é uma sensação insuperável.

E sem discussões sobre qual é o time mais amado do Brasil (Flamengo ou Corinthians). Nesse domingo meu blog vai vestido a caráter.

Saudações rubro-negras, meus caros.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Eu lembro a primeira vez que vi minha irmã beijando alguém. Foi chocante. Parecia outra pessoa, eu fiquei sem graça de olhar e com uma vontade louca de rir. Ao mesmo tempo, pensei: "É, ela cresceu. Agora é adulta. E eu ainda não."

Pois foi assim que eu me senti.

* * *

Me falaram hoje que isso aqui virou sucursal de PETROBRAS (com todas as letras em maiúscula e sem acento, por favor), tamanha a quantidade de posts referentes à ela.

Por isso, meus queridos, resolvi que vou identificar meus posts. Se tiver BR no título (ainda que eu não tenha licença de uso da marca), é sobre trabalho. Se não tiver, não é. E vocês que se virem decidindo o que lerão. =)

* * *

Amiguinhos meus de faculdade e curso e música e não-estudo e textos escritos e falados, obrigada!
Falei que sentia falta de vocês e sentia mesmo. A prova foi eu aturar as implicâncias sem reclamar.

E vamos fazer isso mais vezes, a gente já viu que dá certo, ninguém se machuca (exceto a doida da Rayssa), todos sobrevivem e não precisamos voltar tarde pra casa.

Suburbana

Até pouco tempo atrás, eu me sentia ofendida quando de referiam à Penha como subúrbio. Não pela classificação, porque afinal a Penha FICA no subúrbio, donde conclui-se ser um bairro suburbano.

O problema sempre foi a conotação pejorativa. "Subúrbio" vinha carregado no erre e no bê, numa clara tentativa de diminuir o valor do local. Como se duas letras (no caso três, porque o bê aparece repetido) pudessem acabar com a reputação de alguém ou de alguma coisa.

Depois de falar "subúrrrrbio" (com todos os erres e bês), seguia-se o comentário sobre o esvaziamento dele, a falta de opções de lazer, o Cruzeiro.
E eu ME defendia (porque achava ser uma ofensa pessoal):

1- Subúrbio é qualquer lugar longe do centro urbano. Barra da Tijuca é subúrbio. E todo mundo vai pra lá no final de semana.
2- O Olaria fica a alguns metros da minha casa. E posso ir pro IAPI também. Não tenho culpa se vocês não gostam de praças públicas. Além disso, pra mim shopping sempre foi opção, e além de eu poder ir pras duas "galerias" que ficam do outro lado da linha do trem, posso em 15min chegar no Carioca (com Cinemark) ou no Nova América (com Parmê).
3- O Cruzeiro fica do outro lado da linha do trem. Bem longe de mim.

Não sei o que aconteceu de uns tempos pra cá, mas eu sou a primeira pessoa a dizer que a Penha é subúrbio, o que tira das pessoas a conotação pejorativa. Não tem graça você zoar uma pessoa que está rindo exatamente do que você falaria... E eu não tenho mais usado as desculpas rotineiras.

Subúrbio é legal. Subúrrrbio também é. Ruas arborizadas, calçadas largas, crianças, carrinhos de bebê, fechar a rua no final da tarde pra jogar bola, colocar a cadeira na frente do portão e falar com os vizinhos, andar de bicicleta, ir na padaria sem ouvir barulhos de carros, ônibus, caminhões e sentindo o cheirinho do pão à distância, poder andar no meio da rua sem ser atropelado. Poder andar no meio da rua, ouvindo o barulho da chuva caindo, sem ser atropelado. Poder andar no meio da rua, ouvindo o barulho da chiva caindo e cantando uma música qualquer, sem ser atropelado. Mas é no MEIO da rua, não no cantinho da rua, na sarjeta, desviando de poças d'água (porque o que leva alguém a andar no meio da rua em um dia de chuva não é só o prazer, é o escape das poças também).

Eu prefiro as poças pra poder desviar delas, as praças pra poder andar no balanço (ou na gangorra, se alguém se habilitar e não ficar traumatizado como o Leo), os clubes pra poder ir na piscina pública e dar boas gargalhadas, as padarias com abelhas no vidro, o comércio caseiro e à moda antiga. Chamem-me ultrapassada. Prefiro usar o termo "old-fashioned"...

Sou suburbana sim. Pra alguém que gosta dos simples prazeres da vida, morar no subúrbio é a melhor coisa do mundo!
Ao menos no meu pequeno subúrbio chamado Penha. E lá se vão 17 longos anos...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Série "Cortês, mas sem noção"

Algumas pessoas são "pocket". Pessoas "de bolso", "portáteis", fáceis de levar pra todos os lados. Isso não quer dizer que elas sejam aturáveis, suportáveis, de fácil convivência. Não. Quer dizer exatamente que essas pessoas possuem características que as tornam "portáteis".

Senão vejamos (como diria eu em um parecer):

portátil
Adj. 2 g.
1.De fácil transporte: máquina de escrever portátil; "o livro grosso .... transformou-se ...., dividiu-se em cadernetas, voluminho portátil" (Latino Coelho, Tipos Nacionais, p. 81).
2.De pequeno volume e/ou pouco peso.
3.Que se pode armar e desarmar, sendo, pois, mais ou menos facilmente transportável: altar portátil.

(Dicionário Aurélio)

Diz o ilustre Aurélio que portátil é aquilo que pode ser transportado. Pessoas não costumam ser transportadas, a não ser por veículos de transporte. Mas isso não seria aplicável aqui, pois eu não sou um veículo de transporte e portanto não me interesso em transportar pessoas. A não ser, é claro, nas raras oportunidades em um velório (assunto mórbido demais para ser comentado neste blog alegre e animado).

A terceira definição fala que portátil é o que pode ser armado e desarmado com facilidade. Não me lembro de poder armar e desarmar pessoas, a não ser que elas possuam próteses. Neste caso específico, seria no mínimo cruel relacionar-se a essas pessoas como portáteis, e o bom senso (além do respeito à legislação e do medo de ser processado por preconceito) me impediria de usar este significado.

Resta, então, o segundo: portátil é aquilo que tem pequeno volume e pouco peso.

Oras! Se eu digo que alguém é "pocket" digo que é "portátil".
Senão (novamente) vejamos:

pocket
-adjective
18. small enough or suitable for carrying in the pocket: a pocket watch.
19. relatively small; smaller than usual: a pocket war; a pocket country
.
Dictionary.com

Então, pulemos a definição número 18 (por absoluta inaplicabilidade). A definição 19 diz que pode ser caracterizado como "pocket" o que seja menor do que o habitual.

Se eu digo então que o Eduardo é um "pocket lawyer" digo não que ele é portátil, que eu posso carregar pra onde quiser, mas que ele é menor do que o usual, que tem pequeno volume.

("Nos menores frascos, os melhores perfumes e os piores venenos", já diz o ditado.)

O que é menor em tamanho do que o usual costuma ser proporcional. Se eu digo, então, que o Eduardo é pequeno, porém proporcional, eu nada mais falo do que repetir que ele é um "pocket lawyer", um advogado "de bolso".

Por isso que eu digo: quem fala pode até ter pensado besteira, mas só será interpretado dessa forma se: (i) for claro o suficiente para não poder ser abstraído, o que não foi o caso; (ii) o interlocutor tiver pensado besteira.

Eu me limitei a definir Eduardo como um "pocket lawyer". Como não pensei besteira, só nos resta uma alternativa...

Eduardo é "pocket lawyer". Os outros dois advogados podem não ser "pocket", mas têm uma imaginação muuuito fértil...

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Amanhã voltarei à minha rotina petroleira diária.
Saudades do ar condicionado central. Saudades dos casos que parecem tão simples e se complicam subitamente. Como eu.

* * *

Teoricamente, a essa hora da noite (23h) eu deveria estar dormindo. Teoricamente preciso de pelo menos 8h de sono por noite (assim como teoricamente eu só acordo depois das 9, quando passa o cafezinho).
Também sei que eu conseguiria dormir. Bastaria deitar na minha caminha, embaixo do ventilador mais potente do mundo e próximo à janela onde corre a brisa mais fresca da minha rua para ter bons sonhos (ou pesadelos premonitórios).
Mas eu não quero dormir. Simples assim. Hoje eu estou com a sensação de que, se dormir, vou perder uma parte muito importante da minha vida.
Duas pessoas diferentes já me disseram isso. Dormir é perda de tempo. Tudo bem, é ganho de vitalidade, mas é perda de tempo. Quando você dorme, o tempo passa do mesmo jeito, mas você não o vê. Daí ser uma perda. Tempo perdido é tempo não visto, não sentido, não acompanhado.
Por que eu acho que minha vida em grande parte foi perda de tempo? Porque eu fiquei tão preocupada que esqueci de olhar em volta. Prometi a mim mesma que nunca mais perderia um pôr do sol, uma noite de lua, nem esqueceria de ver a posição de Órion, Cruzeiro do Sul e Escorpião (porque eu estou sem óculos, não conseguiria nunca ver as Plêiades dessa maneira). Não se desperdiça espetáculos assim. Seria como desprezar a própria natureza.
E assim sendo, pra que dormir?
Eu sou um turista. Vim da Itália especialmente pra curtir o carnaval do Rio. Pra onde eu vou? Para o Scala, óbvio! Não há melhor maneira de conhecer o carnaval carioca do que ir ao tradicional baile gay.

Nada contra. Opção sexual é personalíssima e intransferível. Mas dizer que o carnaval carioca se define pelo Gala Gay é o mesmo que falar que tradicional mesmo aqui são os desfiles das escolas de samba. Por favor, RedeTv!. Me poupe...

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Muitas vezes começamos a agir pelo motivo errado. Os fins justificam os meios, assim como justificam os inícios.

Então, pelos motivos errados, estou redescobrindo muitas músicas. E tenho roubado-as de vários blogs, sem fazer a devida menção ao post original.

Mas sabe a música da Pitty? Pois é. Sei tocar na guitarra agora.

* * *

Bateu saudosismo hoje. Uma vontade alucinante de ver Senhor dos Anéis, os 3 filmes de uma só vez, em um só dia. Vi o segundo há pouco tempo e fiquei com uma saudade tão grande daquela fotografia..........

* * *

Caro j, não posso fazer download de filmes. Seria no mínimo antiético de minha parte, considerando-se que sou advogada da área de Tecnologia da Informação...
Confesso que a última coisa que eu prestei atenção hoje no filme foi a música de fundo, Leandro.
Mas que "Rocky Balboa" realmente foi emocionante, foi.

Com direito a platéia batendo palmas e torcendo, exatamente como os espectadores da luta entre o super-boxeador-do-passado-glorioso-com-punhos-de-aço e o metido-nova-sensação-invicto-atual-campeão.

Me senti em Las Vegas. A pipoca não ajudou muito, o frio do ar condicionado também não. Mas confesso que, na hora de ir no banheiro (no meio do filme, é claro), eu quase voltei pro meu lugar subindo as escadas naquele clássico estilo Rocky-treinando. Tive que me controlar pra não dar os pulinhos no alto do cinema...

O mais legal é que o final é bem plausível. E eu não me sinto envergonhada por ter gostado do filme. Opinião, aliás, que não é só minha. Vai ver foi até por isso que eu não prestei atenção na música de fundo.

E Leandro, quando você for pra Philadelphia, por favor me mande a gravação.

(Valeu pela dica, j.)
O carnaval é uma época do ano muito perigosa.
Primeiro porque as pessoas acham que devem aproveitar esses poucos dias pra fazer tudo que não fariam nos outros dias do ano. Como se o carnaval se tornasse a desculpa perfeita.

- Po, você viu o cara? Dormiu fora de casa hoje...
- Ahh mas é carnaval!

- Cara, olha o preço disso!
- Ahh é carnaval!

O carnaval torna-se a justificativa pra vários acontecimentos que, em outro período qualquer do ano, seriam execrados ou, pelo menos, não receberiam a mesma justificativa.
Do preço da gasolina ao biscoito globo vendido na praia. Tudo é uma questão de mercado consumidor.
E de carnaval.

Ano passado, nesse mesmo dia, eu estaria em Campos. Atrás do trio elétrico, colocando o pé em águas desconhecidas e suspeitas, molhando minha sandália favorita. Mas era carnaval, eu estava viajando, o sol estava lindo, eu sabia cantar todas as músicas e não tinha ninguém falando "ah.. isso é chato.."

Porque pior do que você ficar no meio da quentura, cercado por um mar de pessoas por todos os lados, você sentindo-se uma ilha de sobriedade e sensatez, é ter que ouvir da outra ilha que vocês são uns estúpidos por estarem lá.

Tá no inferno? Então, abrace o capeta! Melhor do que reclamar do calor, porque não vai aparecer um ar condicionado central só pra te refrescar não, meu caro.

Então o carnaval está acabando e eu não posso dizer que esse foi melhor do que os outros. Ao menos também não foi pior.
E eu mantenho meu amarelo-escritório. Achei que o sangue negro e viscoso que corre agora em minhas veias fosse me deixar com uma aparência mais saudável. Ledo engano...
Eu me recuso a acreditar em absolutamente tudo que a crítica diz. No entanto é inegável que uma crítica positiva nos impulsiona a ver o filme e uma crítica negativa nos leva ao cinema com todos os pés atrás.

Mas filmes polêmicos - como o Babel - possuem ambas!

Ou seja: se você costuma se guiar pelo bonequinho, vai se perder mesmo... Porque ele aplaude em pé, ele assiste e ele dorme.
Boneco maldito!

O público comum também se divide. E é pra poder criticar de verdade, dando minha opinião (que, justiça seja feita, tem um peso considerável pelo simples fato de ser minha), que eu preciso de companhia pra ir ao cinema ver Babel essa semana.

Alguém se habilita? =)
Eu não costumo me aproveitar de posts alheios, mas como sei que muita gente não frequenta o blog do Cris resolvi postar aqui também.

(Amiguinhos de BR, lamento, mas vocês só poderão ver em casa. Né, Leandro?)

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Pessoas seguem um padrão. Por isso, mesmo sem querer, elas são identificáveis, com maior ou menos facilidade.
Esconda seu rosto, mude sua voz. O jeito de sorrir, o jeito de falar, o uso de determinadas palavras, a entonação... algumas coisas não conseguimos mudar. Aí mora o perigo.

Nenhuma identidade secreta é secreta o tempo todo. Ou ela o é porque as pessoas são lentas, ou o é porque as pessoas permitem deliberadamente que assim seja. O clássico "ouvido de mercador", adaptado à versão visual.

Ou seja: cuidado. Sem saber e sem querer, vocês estão sendo observados. E no exato dia em que a máscara tornar-se vital, será o dia em que ela irá cair...

* * *

Como a internet também segue um padrão, eis-me aqui, fazendo-me disponível para leitura por duas vezes nesta 6a feira. O padrão atual é a ausência de conexão na hora em que eu preciso dela. Posto agora, pra não precisar postar depois. Não precisando postar depois, a conexão existirá e eu poderei postar novamente.

Só espero que a lei de Murphy nao perceba esta manobra para enganá-la...
Ao contrário do que possa parecer pela análise dos fatos, este não é um blog sobre futebol. Mas, se essa é a paixão nacional, ao menos umas 4 vezes na vida eu preciso me render (nem que seja pra fazer jus ao título).

Não vi o jogo do Flamengo, que segundo alguns foi fenomenal, apesar do placar.
Minha mãe (que não é lá muito futeboleira, como a maioria das mães) não parou de comentar os balões de oxigênio na lateral do campo, ao qual recorreram os jogadores mais afoitos. No esquema "corre um pouquinho, respira um pouquinho".

Também não vi o jogo do Vasco (o tal contra o Nacional Fast Clube do Amazonas, que segundo um amigo meu não é "Nacional...", é apenas "Fast Clube...". Bem, ele é nacional, não é? Então considerem como um adjetivo genérico, um pontocom da vida.).
Soube que o Vasco ganhou e que a informação demorou a chegar ao resto do país devido à distância e aos inúmeros rios atravessados de barco pelo corajoso desbravador de florestas que lá foi documentar a invasão amazônica dos portugueses.

De qualquer forma, eu soube que sim, houve fraude na eleição do Vasco. (Mas não diga? Verdade???)
O perito afirma que há fortes indícios de que o resultado seria diferente, considerando-se os votos irregulares e a diferença final entre os candidatos.
Ou seja: agora a Justiça só mantém isso do jeito que está se tiver interesses desconhecidos no caso. Não sei que interesses seriam esses, mas falamos do Judiciário, aquele que tem as sentenças mais perfeitas e o mesmo que decide coisas que nem nós, advogados, entendemos.

(Na verdade eu costumo não entender sentença. Acho que todo juiz é um escritor frustrado. Exatamente como eu e meus pareceres sobre inexigibilidade de licitação em 6 páginas - precisa de tanto, Sarita? Não, não precisa, mas eu não resisto.)

E o vencedor da eleição do Vasco já disse que a CBF é dele. Não ficaria admirada em descobrir que o Judiciário também é...

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O que o meu blog tem a ver com o Nacional Fast Clube do Amazonas?

Em princípio, absolutamente nada (a não ser algumas semelhanças que eu poderia procurar agora para satisfazer curiosidades menos ortodoxas).
Mas foi o ilustríssimo Fast Clube que apresentou ao nobre Eduardo este blog parado, sem movimento, sem comentário.

Eu ia até ficar feliz, imaginando que tinha me popularizado e agora, além de linkar pessoas, eu era linkada por um time de futebol que se gaba de ser o 4o melhor do Amazonas, tendo ganhado o campeonato estadual em 1971!

(Gente, tem timeS de futebol no Amazonas! No plural!!!)

Mas não, não é minha popularidade que me levou ao conhecimento do caríssimo Eduardo, colega de E&P. Não! Foi o Romário!

Pensei eu: "Poxa, não ser o time do Amazonas, vá lá.. Mas descobrir que foi por causa do Romário? Por acaso ele me conhece? Eu dei a ele tamanha honra e não me lembro? Esse pessoal sempre resolve entrar no blog e nada falar.. Um absurdo!"

(Romário entra em blog? Romário sabe o que é isso, né? Se ele tem blog, está muito bem escondido, porque eu não achei.)

Também não foi o Romário.

Analisemos:

Romário quer marcar seu milésimo gol. Quer fazê-lo pelo Vasco. Por isso abandonou o time dele nos EUA e voltou pra isso que eles devem considerar uma selva de assassinos e bandidos e pobres e etc.
Romário precisa marcar o milésimo gol o mais rápido possível e, considerando-se que ele não gosta muito de correr (nem o permite sua idade), deve aproveitar as possibilidades que aparecerem.
Ou seja: se aparece um jogo do Vasco contra o Nacional Fast Clube do Amazonas, ele tem que ficar na cara do goleiro, aproveitando-se do fato de ser uma lenda, pra marcar quantos gols forem possíveis (se eu sou o goleiro do Nacional Fast Clube do Amazonas, sento e espero ele marcar, só pra não dizerem que eu fui "o obstáculo à glória do baixinho").

Onde eu entro?
Bem, eu estou linkada sim, mas não é na homepage do Nacional Fast Clube do Amazonas, nem no blog (inexistente?) do Romário. É no blog do Leandro, meu companheiro de JSERV/ENG... que por acaso comentou essa história com o Eduardo, que leu e nos descobriu aqui.

Explicado?

* * *

E sinto muito, Romário, mas eu sou Nacional Fast Clube do Amazonas desde criancinha.

sábado, fevereiro 10, 2007

Impressionante como algumas músicas podem não ter nada de absolutamente extraordinário e ainda assim eu gosto.

Essa é um exemplo. Vou colocar a letra pra vocês acompanharem a pronúncia rapidíssima. Basicamente lê-se como se escreve.
Depois do meu curso de seja lá que língua for essa, eu traduzo pra vocês.




Simarik - Tarkan

Takmis koluna elin adamini
Beni orta yerimden catlatiyor
Agzinda sakizi sisirip sisirip
Arsiz arsiz patlatiyor

Biz boyle mi gorduk babamizdan
ele gune rezil olduk
Yeni adet gelmis eski koye bak
dostlar mahvolduk

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!


Takmis koluna elin adamini
Beni orta yerimden catlatiyor
Agzinda sakizi sisirip sisirip
Arsiz arsiz patlatiyor


Biz boyle mi gorduk babamizdan
ele gune rezil olduk
Yeni adet gelmis eski koye bak
dostlar mahvolduk

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Ocagina dustum yavru
Kucagina dustum yavru
Sicagina dustum yavru
El aman

Ocagina dustum yavru
Kucagina dustum yavru
Sicagina dustum yavru
El aman

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam mwuah muwah!

Seni gidi findik kiran
Yilani deliginden cikaran
Kaderim puskullu belam
Yakalarsam muwah! ...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Preciso desesperadamente comer chocolate. =/
Felicidade é fim. Alegria é meio. Então a felicidade realmente não é desse mundo e não existe. Existem doses de alegria que te levam à infelicidade futura.

A infelicidade é a única certeza. Você poderá estar mais ou menos animado amanhã, mais ou menos alegre daqui a uma semana. Mas se o seu caminho for alegre, significa que ele é fácil; se o caminho for fácil quer dizer que ele é o errado; se você está no caminho errado não vai ser feliz.

Mas seja honesto consigo mesmo. Admita que a falha é sua, o erro é seu, a fraqueza está nas suas ações, e não na forma como o seu vizinho te deu bom-dia, sua mãe fez o café, o trocador deu um real em moedas de 10 centavos.

Seres humanos têm o péssimo hábito de criar culpados. E nada me tira da cabeça que Deus todo poderoso veio daí. Ao menos a idéia de um Deus que manda e desmanda. Zeus e toda sua legião.
Se você tiver vergonha, tiver medo, não souber o que deve fazer, admita! Grite, publique no blog, coloque nos classificados embaixo dos anúncios de "procura-se", mas faça algo, porque infelizmente eu não vou poder fazer nem quero depois ouvi-lo dizer "mas...".

Apenas cresça.

* * *

E me poupe. Tenho me gastado muito ultimamente pra ainda quererem me desperdiçar.

* * *

Mas sim, eu ainda estou muito cortês, simpática e tímida, se querem saber.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Sarita tá tão calada hoje. Que foi? Tá triste?

Talvez esteja, ou não. Estou introspectiva. Mas também é melhor ficar introspectiva do que ficar sem graça a cada 5min por tanta besteira falada. Tenho que pensar melhor antes, local de trabalho não é local de fazer amigos e ser eu mesma. É local de ser o que as pessoas esperam que você seja. Ou seja, uma advogada simpática, porém concentrada; espirituosa, porém com limites; interessada, porém não desesperada.

Conclusões:
- não posso rir tanto
- não posso falar tanto
- não posso pedir tanta coisa pra fazer

Me disseram um dia que mostrar muito trabalho não é bom, porque as pessoas se acostumam. Impossível, quando o trabalho é realmente bom e você se sente feliz em fazê-lo.
Sim, eu estou feliz. E aprendendo a ter limites.


Acho que eu fico mesmo diferente quando falo tudo o que sinto realmente

Mas eu não me incomodo em fazer amigos aqui não. =)

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Da vez primeira que me assassinaram
(Mario Quintana)

Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da Noite! Asas de Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!

domingo, fevereiro 04, 2007

Eu sei, eu enlouqueci e descobri o poder do YouTube. Eu e toda a outra metade da população mundial.
Mas é que esse aqui é um clássico, e pode ser que alguém ainda não tenha visto. Não posso permitir que isso aconteça. =)

É por essas e outras que eu gosto do U2.

Transtorno bipolar.

É o que faz uma pessoa agir de formas absolutamente opostas em um curto espaço de tempo sem se dar conta do que ocorre.
Um exemplo hipotético: eu ligo te ameaçando e logo depois mando um e-mail perguntando porque você não tem mais falado comigo.

Peraí, você acabou de dizer que eu to f&*%$ e agora quer ser minha melhor amiga? Como assim?

Transtorno bipolar.

É o que faz uma pessoa te amar e te odiar sem nenhuma explicação aparente, só porque hoje o dia estava claro ou chuvoso, ou porque ventou muito ou pouco, ou porque ela quis ou não quis.

Mas há dois dias você disse que eu não prestava! Como é que agora voltei a ser sua melhor amiga?

Transtorno bipolar.

É uma desculpa fisiologicamente correta para não admitir que no fundo, bem no fundo, a pessoa simplesmente não admite de uma vez que não tá mais a fim.

Transtorno bipolar.

Quando a pessoa não quer enfrentar o mundo e prefere culpar os outros, mas depois de um tempo lembra que depende desses outros pra ser um pouquinho menos infeliz.

Só espero que a desculpa continue funcionando por um bom tempo para aqueles que usam, porque uma hora todos cansam. Mais cedo (e menos) ou mais tarde (e mais drasticamente também).

Boa sorte.

sábado, fevereiro 03, 2007

Alguns livros são tão multifacetados que permitem amplas interpretações dependendo da época da vida que você lê.
Isso aconteceu muito com o Mágico de Oz. Eu vi o filme quando era criança, depois li o livro, mas nunca achei nada de extraordinário na história da menina que é carregada por um tornado, vai parar em uma terra distante e é ajudada por um espantalho, um leão e um homem de lata a voltar pra casa depois de derrotar uma bruxa.
Sempre achei meio óbvio, estilo Chapeuzinho Vermelho, Cinderela e tantas outras histórias de batalha entre o bem e o mal com criancinhas e criaturas estranhas.

Depois de algum tempo (anos após aprender que existe algo chamado metáfora) eu fui percebendo a sutileza. Como Alice no país das maravilhas. Nada é o que parece.
O Mágico de Oz não é mais uma historinha de criança. Assim como Chapeuzinho Vermelho não é.

O personagem que eu mais gostava - mesmo sem entender muito o motivo - era o homem de lata. Ainda é. Alguém que tem um coração maior do que todos e o usa, ainda que nunca o tenha encontrado. E que corra um risco enorme de acabar machucado no final.

Pra quem ainda não viu. Boa diversão. E não chorem.


sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Série "Sonhos que você não gostaria de ter"

Estamos em um rio daqueles da região amazônica. Precisamos fugir de um totem enorme que é o deus da região. Este totem nos persegue em um barco deslizante (daqueles que aparece em filme cujapropulsão é um ventilador gigantesco atrás) e nós vamos à frente, procurando escapar.

Por sorte viramos à direita em um igarapé e ele não nos vê. Chegamos a um portal gigantesco, que bloqueia a passagem do igarapé. Descemos de nosso "barco" e damos a volta a pé no portal para entrarmos.

Lá dentro, passamos por um estacionamento e entramos em uma casa gigantesca, meio labiríntica, onde as pessoas, todas vestidas com a mesma tonalidade de roupa, pegam comida (estilo Oliver Twist - uma concha para cada um). Uma enfermeira nos espera na porta e permite nossa entrada. Eu sei que tenho que entrar pra fazer alguma coisa, mas não sei o que exatamente.

Dou uma volta pelo local e encontro um menino. Ele sabe que nós não deveríamos estar ali e resolve nos ajudar a sair. Quando estamos passando pela porta, a enfermeira pergunta desconfiada onde estamos indo. O menino diz que é meu filho e que eu fui lá buscá-lo. Ele faz uma encenação, chora, diz que estava com saudade de mim e que agora vamos ficar juntos pra sempre e ela permite nossa saída.

Assim que saímos, o menino desaparece. Nós ainda estamos com medo de sermos pegos e vamos para o estacionamento pegar nosso carro. Quando estamos chegando lá, ouvimos barulho de tiros. Olhamos para longe e vemos um morro, com poucas casas. No telhado de uma das casas, um homem atira para o alto; acompanho a trajetória da casa e vejo que não há perigo para nós.

Nesse momento, alguém chega correndo e se abaixa atrás do carro. O homem está armado e muito, muito nervoso. Pedimos para ele se acalmar, ele aponta a arma em nossa direção e fala para ficarmos quietos. Eu corro para trás de um barranco e grito para minha irmã sair de lá porque o cara vai atirar. Ele não me ouve, ela também não, só me olha sem entender.

Nessa hora, eu ouço vários disparos. Quando levanto para olhar, o cara está atirando no meu pai, que está em pé na frente dele, ele ainda sentado no chão atrás do carro.
As balas acabam e meu pai cai, com 4 tiros no peito. Grito pro cara chamar a polícia, mas ele me olha com raiva e diz que não vai chamar a poícia. Falo pra ele então ligar pra 193, e ele nem foge nem liga, apenas diz pra eu pressionar os ferimentos pra estancar o sangue.

Não sei se meu pai morre. Só sei que agradeci ter acordado.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A descoberta da semana é que eu sou uma pessoa cortês.
Vocês sabiam disso?

Pois é. Depois de eu ter pesadelo com meu chefe brigando comigo, ele me disse isso. Acho que é algo bom, né? Mas taí um adjetivo que eu nunca pensei se encaixasse na minha personalidade...

Sem noção, mas cortês.
Aliás, totalmente sem noção.

* * *

Sarita na baia (isso é coisa de animal, eu sei) com o chefe e mais duas colegas. Conversamos sobre um filme qualquer e eu digo:
- Tem problema não, baixa na Internet!
As pessoas se chocam. As meninas me olham com cara de espanto. Meu chefe fala:
- Assim que a gente conhece a ética de uma pessoa.
Todos rimos e eu tento me explicar.
- Calma, gente, vocês não estão entendendo. Eu não faço isso não, meu Velox não colabora.
(Como assim??? Eu tento me explicar dizendo que só não faço porque o Velox não colabora? Daqui a pouco eu estou oferecendo dvd pirata! Eu hein.)

Detalhe: eu estava na área de Propriedade Intelectual nessa época.

* * *

Absolutamente sem noção.
Mas cortês.