sexta-feira, fevereiro 29, 2008

[Recebi o link por e-mail e abri ligeiramente incrédula (ou receosa, vocês podem dizer). A fonte não era a mais neutra possível, mas mamãe me ensinou a não desacreditar as pessoas antes que elas provem não serem dignas de confiança no quesito em questão.
O quesito em questão era um conto. É um conto. Um daqueles que você lê e se pergunta porque, meu Deus, porque você não pensou nisso antes. Eu não pensei. E não é por falta de leitura. Vai ver é excesso de leitura. Água demais também mata a planta...]

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O vendedor de palavras

Ouviu dizer que o Brasil sofria de uma grave falta de palavras. Em um programa de TV, viu uma escritora lamentando que não se liam livros nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome de batismo, como qualquer doença grande, "indigência lexical". Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma idéia fantástica. Pegou dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar espaço entre os camelôs. Entre uma banca de relógios e outra de lingerie instalou a sua: uma mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia: "Histriônico - apenas R$ 0,50!". Demorou quase quatro horas para que o primeiro de mais de cinqüenta curiosos parasse e perguntasse.
- O que o senhor está vendendo?
- Palavras, meu senhor. A promoção do dia é histriônico a cinqüenta centavos como diz a placa.
- O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas. Palavras são de todos.
- O senhor sabe o significado de histriônico?
- Não.
- Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas já têm ou coisas de que elas não precisem.
- Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.
- O senhor tem dicionário em casa?
- Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e consultar um.
- O senhor estava indo à biblioteca?
- Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.
- Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o feijão e a alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas cinqüenta centavos de real!
- Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?
- Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá de jogá-la fora e o feijão caruncha.
- O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?
- O senhor conhece Nélida Piñon?
- Não.
- É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o País sofre com a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.
- E por que o senhor não vende livros?
- Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado, portanto eu as vendo no varejo.
- E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras, não enchem barriga.
- A escritora também disse que cada palavra corresponde a um pensamento. Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender uma palavra por dia, trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos novos pensamentos cem por cento brasileiros. Isso sem contar os que furtam o meu produto. São como trombadinhas que saem correndo com os relógios do meu colega aqui do lado. Olhe aquela senhora com o carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela carinha de dona-de-casa ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira. Olhou minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade. Mas nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um dicionário em casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga. Suponho que para cada pessoa que se dispõe a comprar uma palavra, pelo menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos novos em um ano de trabalho.
- O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...
- Jactância.
- Pegar um livro velho...
- Alfarrábio.
- O senhor me interrompe!
- Profaço.
- Está me enrolando, não é?
- Tergiversando.
- Quanta lenga-lenga...
- Ambages.
- Ambages?
- Pode ser também evasivas.
- Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!
- Pusilânime.
- O senhor é engraçadinho, não?
- Finalmente chegamos: histriônico!
- Adeus.
- Ei! Vai embora sem pagar?
- Tome seus cinqüenta centavos.
- São três reais e cinqüenta.
- Como é?
- Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar para o senhor. Só histriônico estava na promoção, mas como o senhor se mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.
- Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?
- É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?
- Tem troco para cinco?


quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Halliburton, Petrobras e os notebooks

Terra Magazine - Como e o que de fato aconteceu no caso das informações, dos dados furtados da Petrobras?
José Sergio Gabrielli - Existe um poço de exploração, qualquer um, e ali há uma atividade de exploração. Tem uma sonda com um equipamento pequeno no meio. Esse equipamento, que está na sonda, perfura, faz um processo de recolhimento de informações, de perfilagem, como é chamado...

Como se fosse uma broca de dentista gigante?
Essa sonda é um espaço duas vezes maior do que o tamanho dessa sala (NR: então, de saída, pelo menos uns 70 metros quadrados) onde em cima dela você tem vários equipamentos. Tem dois ou três trailers, cabines (NR: que se tornaram conhecidos no caso como containers), e dentro deles todo um equipamento, conexões, etcetera. Elas, as cabines, são conectadas a equipamentos vários e se trabalha lá dentro.

Ok, então estamos na sonda...
Esse equipamento na sonda, que você chama de broca, faz um perfil do poço levantando dados sobre a formação geológica, temperatura, pressão, composição mineral, testes químicos... tudo isso vai sendo feito no percurso dessa espécie de parafuso que vai recolhendo muitos tipos de informações. Essa perfilagem é feita através de um tubo de aço que segura o poço. Hoje tem duas tecnologias, recentes, para isso...

Quais são?
Chamam-se LWD e MWD. (NR: Logging While Drilling e Measurement While Drilling, ou seja, perfuração direcional e perfuração inteligente). Os equipamentos na ponta da sonda captam o perfil de tudo ao mesmo tempo em que vão perfurando. Recolhem os dados enquanto perfuram. Todo poço em exploração faz isso. Os poços de produção não necessariamente. No Brasil...

Quantos são os poços no Brasil?
Hoje são 9 mil poços em produção. Mas do que estamos falando aqui é exploração, não produção. Bem, essa cabine pertence à empresa que faz o trabalho.

No caso, a Halliburton?
Sim, no caso a Halliburton. Geralmente, a empresa que faz o trabalho não é a dona da sonda, ela apenas faz o trabalho. Isso tudo dentro do trailer (NR: o tal "container"), ali tem computadores, telefones, equipamentos vários, e isso não desembarca, não é para ser desembarcado. O LWD, a perfuração, gera um volume gigantesco de dados, informações que só podem ser analisadas com softwares específicos.

Não é pra qualquer um...
Não, não. Tem que ter softwares específicos, muito sofisticados.

Mas é possível que alguém tenha esses softwares e consiga decodificar?
Sim, é possível, possível é, mas tem quer ter os softwares e muito conhecimento...

Sigamos...
Num processo normal, essa cabine é embarcada quando começa a perfuração de um poço e desembarcada quando termina. A cabine, o trailer, então vai para uma outra sonda, no mar, sem passar por terra. E, importante, antes de ser enviada para uma outra sonda no mar, todas as informações, os dados colhidos, são remetidos para a Petrobras.

De que forma são remetidos?
Ou via on line, quando são dados mais rápidos, em menor quantidade, ou em HDs (NR: discos rígidos) especiais, através de pessoas especialmente designadas para isso.

Por que não vão sempre on-line?
Porque às vezes só fisicamente. Às vezes é tão grande o volume de informações que só fisicamente. Imagine um terabyte de dados! E isso enviado por um computador... (NR: Um terabyte equivale a 1.099. 511.627.776 bytes. Ou seja, um trilhão de bytes. A grosso modo, pois há compressões, descompressões, um byte corresponde a uma letra, a um caractere) Bem, quando se desembarca qual é e tem sido o procedimento em milhares de casos?

Essa é uma boa pergunta...
O trailer (NR: o "container") é lacrado, com tudo dentro. Se fosse uma situação em que uma sonda estivesse em algum lugar isolado, se fosse uma situação com uma única sonda na região, se fosse a única sonda, o dono da sonda faria o desembarque. Mas, como no Brasil há muita sonda sob contrato da Petrobras, muito equipamento, nós mesmos transportamos...

Por quê?
Porque se não for assim fica muito caro, porque temos 240 mil toneladas de carga/mês feitas pelas 150 embarcações que se envolvem nesse transporte. Todo tipo de carga. Incluindo trailers. Esse é o processo. Você lacra esse trailer e em cada etapa é checado o lacre. Isso é importante, esse é o transporte da estrutura. Podemos melhorar o sistema?

Essa é outra boa pergunta...
Sim, podemos melhorar o sistema. Podemos, e devemos, não ter informação alguma mais contida aí. Aprendemos isso agora, não temos que ter mais informação guardada aí, mas isso funciona assim no mundo inteiro.

O que aconteceu no caso dessa sonda, desse furto?
Uma particularidade. Ela teve que encostar no Poliporto (NR: no Rio de Janeiro) para fazer uma manutenção regular. Então, todos os equipamentos foram desembarcados para terra. Os trailers foram para o terminal de cargas lá no Rio de Janeiro. O container (o trailer) é colocado, durante a viagem, dentro de uma grade de aço porque no mar tudo isso bate muito, tem essa grade de proteção. Esse container é que teve arrombados o cadeado e o lacre.

Enfim, o furto...
...a Petrobras tem um parque de máquinas, computadores, mais de 15 mil laptops. Já tivemos alguns roubos... pode ser roubo comum?

É outra das perguntas vitais...
Pode. Como hipótese, pode. Quem conhece, sabe o que tem ali. Pode, outra hipótese, ser um furto de quem está em busca de informações específicas? Pode ser um furto em busca de informações geológicas, litológicas...? Sim, pode ser. Alguém que quer uma avaliação mais precisa? Sim, pode ser.

Outra pergunta. O poço é o Júpiter?
Sim, vou confirmar: é Júpiter. Um poço de gás e condensado...

E qual é a estimativa?
Sem estimativa ainda, só foi perfurado um poço até agora. As informações específicas do poço interessam ao concessionário da área, que é a Petrobras. Mas, pode ter informações que sirvam a outros interesses?

Outra pergunta fundamental, de um ótimo jornalista...
Sim, pode ter informação que sirva a outros interesses; por exemplo, para quem se interessa pela compra de uma área próxima. Mas isso tem que se investigar: a quem interessaria?

Sim...
Frente a esse quadro, o que fazer? Quais são as lições desse caso? Primeiro, melhorar nossos controles. Manter os equipamentos a bordo, como tem sido a regra, não a exceção, mas garantir, isso é importante, garantir que o desembarque só aconteça quando tudo estiver limpo de informações, de dados, daquilo tudo que já foi remetido, enviado para a Petrobras. Nesse caso, isso não aconteceu. Não estava limpo. A empresa que gerou os dados, no caso a Halliburton, ela mantém um backup desses dados...

Ela tem um contrato específico para isso?
Tem...

Esse que foi assinado em agosto último?
...ela tem um contrato específico.

A Halliburton tem um backup, mas ela pode ficar de posse desses dados depois do trabalho encerrado? É um backup provisório?
Não, ela não pode ficar de posse. Ela só tem a posse quando faz o trabalho, nós ordenamos que ela apague tudo. Ela não pode reter as informações. E estas informações se tornam públicas dois anos depois, pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Disponíveis para qualquer um, para quem vai disputar um poço numa licitação. O que há para se fazer agora? Investigar. Estamos colaborando em tudo, esperamos que a Polícia chegue ao autor, ou autores, do furto.

Como tem muito jornalista chutando ou, pior, boiando, sem saber de nada, uma última pergunta: o que foi furtado? Quantos?
...bem...foram furtados quatro laptops, dois HDs e dois pentes de memória. Outra pergunta que se faz: por que demorou doze dias para o trailer sair da sonda e chegar em Macaé? Porque o transporte não é apenas para o trailer. O trailer é habitável.... De resto, quanto às questões policiais, não discuto porque não me cabem.

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E assim Gabrielli resume.
Não me perguntem mais nada, por favor... rs

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Post onomatopaico

Do alto da arquibancada amarela eu vi tudo, tudinho, em riqueza de detalhes. Viu até a bola na trave aos 49 (ou 50?) do segundo tempo, quando a torcida já comemorava o título. Chance desperdiçada pelo Botafogo, que poderia ali decidir a partida levando para os pênaltis.
Justiça seja feita, o Bruno é muito bom. Como diria um dos comentaristas da rádigo globo, o cara consegue desviar a bola com o olho!!! Porque só isso justifica o fato de ele não ter se movido, acompanhando com o olhar, numa calma desconcertante, aquele mensageiro do mal redondo e voador que atingiu a baliza em cheio.

Vai entender.
14h15 eu consigo entrar no estádio depois de estacionar o carro na minha empregadora - uma muvuca inacreditável para um jogo que começaria as 16h e começou efetivamente às 16h10.
Um primeiro tempo murcho, xoxo, e eu pensando que pela primeira vez em 3 semanas conseguiria manter minha voz para o primeiro dia de trabalho.
Nada... o segundo tempo exigiu tudo que minhas cordas vocais tinham para dar, fosse cantando, fosse xingando, fosse berrando, fosse vaiando, fosse simplesmente emitindo barulhos sem qualquer sentido. Tudo para exaltar o time, empurrar os jogadores até o empate, desmoralizar os alvinegros ou afogar seus gritos de guerra em uma saraivada de vaias e apitos.
Até o penâlti. Um colega sensato ainda tentou acalmar um milionésimo da multidão. "Não se comemora algo que ainda não se tem, pelo menos espera o cara bater...", era o que ele dizia com os olhos. Nada... a comemoração evitou que o Maracanã caísse quando o gol saiu, porque eu tenho certeza que se parte da torcida não tivesse começado a descarregar a energia acumulada em um tempo e meio de stress, era bem provável que a fiscalização do CREA e o certificado para casos de incêndio e pânico de nada servissem...
Empate marcado, Tardelli em campo, gol da virada... foi só comemoração, dos 46min até o apito final do juiz, com direito a lance de perigo extremo - aquele no qual Bruno, bisonhamente, acompanhou a trajetória da bola até a trave.

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João, você tinha que ter ido, João. Cadeira amarela lotada, bolinha branca na mão, bandeirão do lado e abaixo, muuuuitas músicas... 4a tem Libertadores e eu estarei lá.

Essa é pra você aprender:

"Chora, vascaíno, o sonho acabou
e o vice agora é do Fogo!!!"

Saudações rubro-negras de bicampeão.

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Ahh faltou a onomatopéia...

Créu. =)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Decálogo dos direitos do blogueiro

1. Toda blogagem se dará em paz e exercitará a liberdade de expressão. A blogagem estará a salvo de perseguição política, religiosa ou doutrinária de qualquer caráter. O blogueiro será livre para dizer o que lhe venha à telha, não podendo ser taxado de politicamente incorreto, desde que, obviamente, não cometa crimes.

2. Todo blogueiro terá o direito de passar um dia, uma semana ou um mês sem blogar e não receber mensagens alarmistas ou apocalípticas. Os blogueiros serão poupados de receber e-mails com gritaria ou esbravejação em letras maiúsculas e, no caso de recebê-los, serão livres para exercitarem o direito de ignorá-los ou apagá-los.

3. Todos os blogueiros terão direito de blogar em próprio nome, em pseudônimo ou em heterônimo como lhes aprouver, de forma exclusiva ou simultânea.

4. Sendo publicitário, funcionário público, palhaço, vendedor de seguro, jogador de futebol, aeromoça, professor universitário, paquita, lixeiro, desempregado ou vagabundo nas horas vagas, o blogueiro tem direito de não ser importunado, agredido, chantageado ou ofendido por sua escolha ou necessidade profissional fora das horas de blogagem.

5. Todos os blogueiros terão direito de livre associação em quaisquer grupos, incluindo-se aí grupos com objetivos e programas contraditórios. Entender-se-á a blogagem sobretudo como um direito à coexistência bizarra, insólita e feliz de diferenças na internet. Na blogosfera haverá paz de se retribuir as visitas ao blogs de cada um na devida temporalidade baiana que deve reger as coisas, sem pressa, sem culpa nem cobrança. Ao visitar o blog alheio o blogueiro também temperará o natural desejo da recíproca visita com semelhante tranqüilidade.

6. Todo blogueiro estará livre de qualquer responsabilidade sobre afirmações feitas por outras pessoas em seu blog. Nenhum blogueiro poderá ser interpelado, processado ou censurado por ofensas ditas por outrem em seu blog. Caso alguma pessoa se sinta ofendida por algum comentário e reclame, o blogueiro terá amplo tempo para decidir qual a atitude correta que, como anfitrião, poderá exercitar.

7. A todo blogueiro será garantido o direito de promover votações, concursos, escrever citações, retrospectivas, autolinkagem ou reciclagem sem ser acusado de estar sem assunto.

8. Todo blog terá liberdade absoluta de linkar, deslinkar e relinkar como lhe preze, entendendo-se que a linkagem, em qualquer das formas acima citadas, é ato livre, unilateral e não significa, por si só, um endosso de conteúdo do site linkado. Todo blogueiro terá paz para linkar aqueles que o linkam ou não, na medida em que ele vá se viciando em blogs.

9. Todo blogueiro terá o direito de exercitar periodicamente o direito de dizer abobrinhas sobre assuntos que não entende, de tal forma que os blogs de futebol serão apoiados quando resolvam falar de música e os blogs de economia contarão com a compreensão geral quando decidam falar sobre vinho. Mais bobagem que certas revistas semanais blog nenhum conseguirá dizer.

10. Todo blogueiro terá o direito de propor decálogos completos ou incompletos – eneálogos, na verdade – e solicitar ser completado, corrigido ou auxiliado pela caixa de comentários. Esqueci de alguma coisa?

(Extraído de O Cachambi não é aqui!)

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Eu teria um desgosto profundo

Foi a primeira vez que eu fui domingo ao Maracanã ver jogo do Flamengo e não cantei a clássica música...
Tô me sentindo frustrada até agora.

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Mas valeu a estréia da musiquinha nova da torcida:

"Ê ê-ê ê-ê-ê-ê-ê...
Vice pra sempre!"

E olha que nem foi decisão... rs

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Domingo no Maracanã

Não vou dizer que a derrota passou suave com os comentários de "tudo bem, já estávamos classificados", "foi o time reserva", "Deus existe e é bom com os mais fracos".

A derrota tá engasgada. Tão engasgada que eu nem farei comentários sobre o jogo.
Mas domingo estaremos lá.
Estaremos, Michel.

"Eu sempre te amarei, onde estiver, estarei, ó meu Mengo!"

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Acho que só quem estava no Maraca ontem viu as torcidas após o jogo ser interrompido por falta de luz.
Young Flu de um lado, Jovem do outro. As torcidas cantavam e se desafiavam. Um tiquinho de nada da Raça fazia o mesmo, debaixo da chuva torrencial. De repente, Jovem e Raça correram para o meio da arquibancada verde. Transformaram o desafio em uma massa que gritava e encarava a Young, que não teve alternativa a não ser unir-se aos 10 bravos da outra torcida do Fluminense ( o nome? sei lá!). Foi patético ver a tentativa do Flu, enquanto o Maraca em uníssono (porque a Nação sempre é maioria) gritava "É união! É união!"

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Sorry!

Ai gente... eu não estava deprimida... =)
Eu apenas tinha passado a noite inteira ouvindo "Like a stone".

Notebook a caminho.

E eu pensando em dicas de locais de mergulho que não envolvam1h45 em uma escuna...
Alguma idéia?

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

"I confess I was lost in the pages of a book full of death reading how we'll die alone and if we're good we'll lay to rest anywhere we want to go"

Todos morrem sozinhos.
Independente de crença religiosa, é um momento em que estamos completamente sozinhos. Ainda que por uma fração de segundo, um milionésimo de segundo. Sozinhos.

É a hora de rever tudo que foi feito. Porque eu não creio que exista julgamento pior do que o que nós mesmos fazemos, longe de tudo e de todos, sem dever satisfação a ninguém exceto a nós mesmos. Olhar os erros e pensar "cara, eu vacilei bonito, e como não tem ninguém aqui não há nada a fazer a não ser admitir e encarar.. não posso nem inventar uma desculpa, porque não tem ninguem pra ouvir, e se eu não tiver pra quem falar, não terei como me convencer de que essa desculpa é real".

Não acredito em julgamento divino. Por isso não acredito em perdão divino. Acredito que eu terei uma fração de segundo que mais parecerá uma eternidade para ver tudo que eu fiz e então chegar a algum resultado. Espero não me perder nessa fração de segundo, porque é o resultado dela que dirá afinal para onde eu vou...

"And on I read until the day was gone and I sat in regret of all the things I've done, for all that i've blessed and all that I've wronged in dreams until my death I will wander on"

A hora está chegando... A cada dia que passa ela fica mais perto.

"I'll wait for you there alone"

Cinzas na 4a feira

Bem, passeios bizarros pedem narrativas idem. Vamos a ela.

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A idéia era ir para Ilha Grande passar o Carnaval lá, voltando na 4a feira de manhã, ou seja, com tempo suficiente para desfazer as malas, descansar e trabalhar na 5a.

Pegamos a estrada por volta de 18h de 6a feira. Eu, Cris de motorista, Angela, Bruno e Lucas (amigos do Cris aqui do trabalho). Todos emocionados, animados, no ar condicionado, até que a Rio-Santos parou. Parou. Começamos a fazer contagem regressiva. 20h30. A última barca sai de Mangaratiba às 22h. Dá tempo. 21h. A última barca sai de Mangaratiba às 22h. É, acho que dá tempo... 21h30, quebra-molas em Mangaratiba. A última barca sai às 22h... 21h50, procura o estacionamento da dona Nelma, a última barca... Entra em rua, sai em rua, pára por causa do bloco, retorna, espera o carro manobrar, desce ladeira, pede informações, moça correndo pra mostrar o caminho, pára o carro, paga. A barca apita. 22h. Pega mala, mochila, bolsa. Corre. A barca apita.
Passa bloco. "Pra que correr? Correr pra quê?", cantam os foliões, enquanto corremos destranbelhadamente pelas ruas de Mangaratiba em direção ao cais. E eu numa dúvida cruel: corro, respiro ou rio da música do bloco?
Quando finalmente conseguimos ver o cais, a barca está saindo. A solução foi pegar uma escuna qualquer que estivesse indo pra Abraão (a terra do famoso pirata Abraham Cooke) e enfrentar o mar de noite. Dramin, coragem e coca-cola em doses elevadas na corrente sanguínea, partimos. Para chegar em Ilha Grande quase uma hora da manhã, com 37,5ºC de febre, e dormir.

Sábado de carnaval, acordo às 9h da manhã. Com febre. 39ºC. Um sol de rachar do lado de fora. Tomei dipirona, descansei mais um pouco e enfrentei a febre pra ir à praia. O ato mais inteligente do carnaval, considerando que o sábado foi o único dia de sol.

No domingo, escuna + trilha pra ir para Lopes Mendes (a praia mais bonita do Brasil, dizem). Mesmo sem sol dava pra ver o fundo do mar. Sem máscara.

A máscara e o snorkel só foram efetivamente usados na 3a feira, no meio da chuva, um solzinho de nada que tentou sair e não conseguiu. Galera no barco de mergulho, equipamentos a postos, e o barco enguiçando. No meio da baía. Sarita enjoando, Sarita com frio. Mas Sarita mergulhou e viu peixinhos, estrelas do mar, ouriços!!! (Sim, algo bem infantil.)

Confesso que por mim eu ficaria lá na praia até hoje, com máscara de mergulho, snorkel e nadadeira, olhando praquilo tudo.

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(Nunca mais vou entrar no mar do mesmo jeito, minha mãe. Com sua licença... muito obrigada!)

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Ahhh a volta.
Enjôo na escuna, cargueiros no mar, engarrafamento de 7h na estrada.
Isso considerando que em certo ponto da Rio-Santos, o carro parado, desligado, resolvemos seguir as indicações de um popular e cortar caminho no meio da lama, do barro, da água. Chegamos em Itaguaí, pegamos Av. Brasil e fomos embora. Jesus... Graças a Deus pelo ar condicionado.

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(E eu agora pensando: cara, que post inútil!)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Carnaval?

Momo apresenta-se sutilmente no centro da cidade. Bem, sutilmente é bondade minha. Ontem, voltando pra casa, ouvi aula de tamborim em um daqueles casarões da Praça Tiradentes. Se isso for sutileza...

Ao menos para mim, por enquanto não fez muita diferença.
Continuo com febre, continuo trabalhando, continuo conversando com as mesmas pessoas.

O que mudou foram alguns desfalques.
Dinheiro a menos na conta (hospedagem em Ilha Grande + máscara + snorkel), espaço a menos no carro (mochilas + água + nadadeiras), amigos a menos nas redondezas (uma em Salvador, um no Chile, outro em Brasília movendo-se para Olinda).

E aquela sensação de vazio que nunca vai embora. =)

Prometo postar as fotos decentemente quando voltar.