sexta-feira, dezembro 29, 2006

caju disse...

e todo final de ano as pessoas falam, falam.. falam.... acho q deve ser o clima...sei lá

7:43 AM

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Só dói quando eu Rio ... pouca coisa.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Vou começar a publicar textos inéditos!!! Ineditíssimos!!! Mas sem data... infelizmente nao salvei-os com data, então nem adianta me perguntar de quando são. Alguns são bem antigos, outros nem tanto. Vou tentar situá-los no tempo-espaço-idade-fase da vida para vocês entenderem.

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01/01/03, 19:44
You have received a message!

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Lembro quando eu, ainda usuária do mIrc, sentia-me nas alturas ao receber esse aviso. Você recebeu uma mensagem! Com ponto de exclamação e tudo. E o mundo se abria para mim, deuses me convidando a dividir o café da manhã de ambrosia e néctar, animais dividindo o segredo da maternidade, o planeta entregando seus tesouros escondidos.

O melhor período da minha vida aconteceu de fevereiro/2000 até o dia de hoje. Ou seja, está sendo. Os 06 mais confusos, mais brilhantes, mais apaixonantes, mais embaralhados, mais pés-pelas-mãos, mais apaixone-se-pelo-seu-amigo, mais engorda-emagrece, mais cansativos e mais maravilhosos anos de minha vida como eu me lembro dela.

Deixo a ressalva, porque tendemos a achar que a fase atual é sempre a melhor ou a pior. Nunca dizemos ser o meio-termo, nunca alegamos dúvida ou falta de material fático para comparação. Ou seja, para mim agora está tudo lindo e perfeito, mas pode ser que já tenha estado melhor ou pode ser que esteja pior do que nunca, tudo dependendo do meu ponto de vista atual.

Seja como for, vocês fazem parte disso. Brigando comigo, fazendo as pazes, discutindo, fugindo de problemas, mostrando textos, reclamando de meu estilo "deprimido", não ligando nem deixando scrap, e muitas vezes nem passando aqui para ler que eu sinto falta de vocês, meus amigos.

Um grande pedaço meu pertence a vocês. E grande parte do que eu sou hoje é responsabilidade nossa. De vocês por terem se dado ao trabalho de me encher o saco exigindo que eu mudasse (né?), minha por ter considerado as mudanças. Então, obrigada. E mil perdões! E para o caso de alguém não aceitar o pedido de desculpas genérico, a gente conversa e eu especifico. Prometo. =)

Promessa de 2007: manter meus amigos, contra tudo e contra todos. Amo vocês (e isso não é gastar o verbo amar não).

Vejo-os no próximo ano. Com um texto novo. Cujo título eu já tenho e cujo parágrafo inicial eu vou agradecer posteriormente.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Aprendi o termo "revisitando posts antigos" com o Leo.
Aliás, essa foi uma das coisas. A outra coisa que aprendi foi que viagens de onibus podem ser legais e que 2h de um extremo do município a outro nao sao tanta coisa quanto parecem.

Mas sobre revisitar posts antigos. Esse é o tema de hoje. Nao diretamente, mas INdiretamente. Faço questao de marcar o prefixo. Prefixos sao importantes. Prefixo, prolixo, gosto de palavras com essa terminaçao - isso é um sufixo ou depende?

Enfim. Pra quem AINDA nao sabe, contra todos os prognosticos eu estou trabalhando na minha area de estudo. Ou seja: sou uma advogada de verdade (ainda que sem carteira, mas advogada, com numero e tudo. Procurem meu nome na lista de inscritos da Oab-rj e voces me encontrarao).

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Aliás, é Oab-RJ ou Oab/RJj?

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Onde entra a revisitaçao?
Bem, dinamica de grupo hoje. 80 cabeças em uma sala e um cara doido no meio querendo que formassemos grupos. A ordem: organizem-se de acordo com o signo zodiacal. E quem nao acreditasse nessa besteira de astrologia, cospos celestes comandando nossas vidas, dia de nascimento influenciando etc (tudo coisa da cabeça dos gregos e chineses e outros povos antigos que nao conheciam nada sobre tecnologia e ciencia - Hipocrates que nao me ouça) deveria formar um 13o grupo.

Uni-me aos leoninos (sim, eu acredito com uma certa dose de desconfiança em horóscopo e afins) e fomos todos alegremente descrever nossas características (e eu me avaliar):
- Líderes natos, temos dificuldade em delegar (checado, mas... líder nata? só se tiverem esquecido de ligar esse aplicativo.. vai ver ele nao roda automaticamente quando inicia-se o sistema...)
- Gostamos de holofote (hum.. tá, vá lá)
- Somos companheiros e trabalhamos bem em grupo (sim, desde que façam o que eu mando porque minha ideia é a melhor)
- Somos organizados (quem? onde? como?)
- Somos vaidosos (sério, gente.. voces acham que eu sou? EU?)
- Defendemos nossas opinioes até a morte (ah com certeza! depoimento pessoal do Leo vai esclarecer muitas coisas... ponto de vista de outro signo zodiacal!)

Conclusao pratica do dia:
Eu minto muito bem. Tao bem que por um momento eu achei que ter nascido em 19/08 fizesse de mim automaticamente uma leonina com todas as prerrogativas inerentes ao signo.
Esqueci decanatos, ascendentes, lua, Júpiter, Mercúrio e todas as outras pedrinhas que passeam pelo nosso "céu" e encarnei a leonina. Gargalhei horrores ao concordar com uma das meninas sobre nós precisarmos de feed-back pra atingir a perfeiçao. (Lembrei-me de mim mesma quando dizia que só nao posso ser perfeita porque perfeito só Deus e tenho que errar mais de uma vez porque senao estarei tao bem quanto Jesus.)

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Herege? Nao. Respeitemos as diversidades religiosas.
O mundo está repleto de loucos. E eu gosto de nonsense.
Apresento meu texto novo em breve. Tiro xerox e mando uma copia pra cada um. Carta social tá aí pra isso.

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Leo, meus colegas de trabalho tambem devem me odiar. Se a reclusao, o silencio e o esgueirar-se rente às paredes for motivo pra isso entao eu sou odiada até a ponta do meu maior fio de cabelo (que nao tá la muito grande...cabelo cacheado tem seus problemas..).

Saudaçoes, caros amigos. =)


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Ah onde entra a revisitaçao?
Acho que no blog antigo ( Abre parenteses reticencias fecha parenteses , cujo link pertence a outro agora, pobre de mim) eu falei algo sobre como as caracteristicas do meu signo nada tem a ver comigo. Vai ver minha estrela da sorte nao é a mesma dos outros leoninos. O sol até onde eu sei só tem me esquentado, estragado meu cabelo e me deixado torrada...

Mas fiquei envergonhada por ser a única leonina com medo declarado de plateia, público etc.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Este Natal foi deprimente.
Não, deprimente é pouco. Este Natal foi estranho, awkward, complexo. Não sei bem o que houve com ele, nem em que parte do dia ele se perdeu. Mas acho que tudo começou no dia de ontem, quando fui aproveitar a promoção na Casa&Video. Nunca, eu repito, nunca saia de madrugada pra fazer compras sem ter consciência que voce irá ficar mortalmente cansado no dia seguinte. Se o dia seguinte for véspera de Natal, então seu Natal será passado entre bocejos e cochilos.

Enfim, o Natal foi morto até a meia-noite.
Porque meia-noite vieram eles, que estavam embaixo da árvore desde o início do mês e finalmente foram revelados. Há algo instigante sobre presentes embrulhados sob a árvore de Natal. Eles estão lá o tempo todo, você sabe que um deles deve ser seu, mas não há nada a ser feito até as 00h do dia 25 de dezembro.

Presentes sempre animam o lugar.
Eu acordei na mesma hora. Não por ter o que receber, mas por ter o que entregar e poder ver a expressão das pessoas. Adoro dar presentes, mesmo que Alguém pense ser materialismo.

Alguém me disse isso uma vez. Disse que é um hábito muito feio acreditar que presentes compram felicidade e que são a única expressão de afeto que funciona.
Nada respondi. Continuo comprando presentes, inclusive pra esse Alguém. Quem sabe um dia ele nao vai entender que essa é minha maneira prática de dizer "cara, tu é mto f*** e eu te amo" pra quem não ia conseguir ouvir isso?

Feliz Natal em 2006. Lembranças do Natal de 2005 pra todos que gostam de rabanada e de sorrisos sem motivo. Eu gosto. E meu Natal melhorou bastante depois disso.

Natal

O barulho de pratos, talheres e pessoas conversando enchia a casa com o Natal.
Até onde conseguia lembrar, seu Natal sempre fora uma seqüência de sons, a mesma ordem, o mesmo tom. Pratos de louça, travessas de inox, os talheres do enxoval de sua mãe, os copos de cristal usados apenas nesta ocasião e no ano novo. As taças sobre a mesa: água e vinho, um pedaço de pão. Homenagem desconhecida e nunca explicada.

A casa aos poucos mudava de cara. Móveis eram arrastados, cadeiras eram arrumadas nos lugares onde as pessoas iriam sentar-se. Tudo em seu devido lugar: frutas cristalizadas, nozes, avelãs tinham sua travessa certa, usada há anos; rabanadas, colocadas na mesma posição; panetone.

Quando chegou na sala, tudo já estava pronto. Os copos sobre a mesa, em seus descansos “para não molhar a toalha”, disse sua mãe, a mesma toalha há 26 anos. Quatro cadeiras, pois a 5a viria da cozinha, “cansei de comprar uma cadeira a mais para seu pai e ele não dar valor”, disse sua mãe, enquanto alinhava os milímetros que faltavam entre as cadeiras. O sofá, escondido atrás da mesa, “ninguém vai querer sentar pra ver televisão hoje, há muito o que fazer”, disse sua mãe, ainda as voltas com as cadeiras.

Moveu-se lentamente em direção a cozinha. “Saia, aqui não há lugar pra você, não vê que ainda estou arrumando tudo?”, dissera sua mãe, enquanto ele arrastava os chinelos pelo piso ainda molhado.

Sua irmã preparava as rabanadas. O fogo alto, o cabelo desordenado, as mãos sujas e ágeis, molhando as fatias de pão e colocando-as na frigideira. Natal. Aquilo era Natal: cozinha quente, cheia de pratos, travessas, copos, tudo esperando-o para serem lavados, secos e devidamente colocados no lugar à mesa. Ele fingiu não ver e furtou uma rabanada que sua irmã acabara de colocar, “ela não vai perceber”, pensou.
“Ei, eu disse que podia comer? Você mal acordou e já vem atrapalhar os outros”, ela disse. “Mas...” “Não tem mas. Vai, sai daqui antes que eu fale com a mãe que você tá me atrapalhando!”

Voltou para o quarto, deitou-se na cama ainda quente e olhou para o teto. O cobertor embolado sob suas costas incomodava, mas ele não se importava.
Ligou para a namorada, “ela não está, foi fazer compras com o irmão...”, disse a empregada, sempre reticente, sempre hesitante.
Ninguém. Ninguém queria sua companhia, ninguém queria sua presença.

Levantou-se, fechou as persianas e a porta, ligou o ventilador e deitou-se novamente. Desta vez, pegou o cobertor e cobriu-se. O vento era gostoso, gelado naquela manhã de véspera de Natal. Dormiu embalado pelas reclamações da mãe e pela música que vinha do rádio. Sabia que seria acordado em 1 hora para que pudesse ouvir melhor as reclamações e estar presente, mesmo que sem nada para fazer, enquanto sua irmã preparasse o almoço – sempre atrasado.

Do lado de fora, os vizinhos faziam churrasco e as crianças corriam. Sua ausência não era sentida. Sempre foi assim, até onde conseguia lembrar...

Em 24/12/2004

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Feliz Natal. =)

domingo, dezembro 24, 2006

Pandora

Dos males, o menor. É tudo questão de ponto de vista.
Porque na verdade não seria "esperança", seria "espera". Boa ou ruim.
(

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"If it makes you happy, it can't be that bad...
If it makes you happy then why the hell you look so sad?"

Sabem o que é pior do que estar triste?
Ver alguém de quem você gosta subitamente ficar triste e você, além de não saber o motivo, não poder perguntar, não poder ajudar e não poder evitar. Mas ainda pior do que isso é saber que você ficar triste infelizmente não vai fazer a outra pessoa se sentir melhor. Vai ser apenas um pouco mais de tristeza no mundo.

Volto então à teoria: se tudo está em equilíbrio, então a quantidade de tristeza/alegria é proporcional. Exemplo clássico: eu coloquei essa música no início e agora, enquanto escrevo, toca "It's a beautiful day". O exato oposto desse trecho da música. Equilíbrio.
Se assim é, eu ficar triste por outra pessoa deveria fazê-la sentir-se subitamente melhor. Ou então eu estou anulando a tristeza da pessoa errada, trocando minha alegria com desconhecidos e apenas acrescentando mais um motivo de tristeza em minha vida.

Não há salvação. Pessoas ficam tristes, seja por um motivo alheio a elas, seja porque assim o querem. De qualquer forma, você não poderá melhorá-las ficando triste também, encare isso.

Surge então o outro problema, este derivado: pior do que ver alguém de quem você gosta triste sem poder animá-lo ficando triste também (aliás, idéia estúpida essa) é saber que ficar alegre também não vai animá-la. Não se contamina ninguém com felicidade, eu parei de acreditar nisso com 12 anos quando tentei fazer meu pai não brigar com meu irmão rindo pra ele e ele bateu em mim por achar que eu estava desacreditando-o. Primeira vez a gente nunca esquece, mesmo que o corpo sim.

Você pode, sim, e deve tentar descobrir o que a pessoa triste quer. Sorvete, chocolate, cartão? Compre ou faça. Carinho? Abrace, telefone, escreva, sorria. Uma exibição de vídeos-sessão-da-tarde? Passe na locadora e visite-a com uma pacotão pra um dia inteiro de tv e muita besteira pra comer enquanto isso. Uma novidade? Leve-a pra qualquer lugar onde ela já tenha ido e mostre coisas novas, plantas, formigas carregando folhas, um lago com peixinhos em época de eclosão de ovos.

O pior mais pior ainda? Quando você sabe exatamente o quer fazer, sabe como fazer, sabe onde fazer, sabe que a pessoa vai gostar. E você não tem a menor idéia de como fazer, onde fazer, nem se a pessoa vai gostar, só porque a iniciativa foi sua.
Aí você questiona a amizade e sua própria vida. E fica mais triste ainda do que a pessoa, de forma irremediável. Tanto que ela vai voltar a ficar alegre e você poderá nunca mais ficar. Ao menos não com ela.

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"Se a alguém causa 'inda pena tua chaga
apedreja esta mão vil que te afaga,
escarra nesta boca que te beija."

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No presente momento, a esperança para mim é apenas um mal necessário.


)

terça-feira, dezembro 12, 2006

SINESTESIA

Nos teus beijos furta-cor
Pupilas gustativas deliciam meu silêncio
Dilaceram os contornos do vazio que lhe ofereço
Num olhar fugidio e penitente
Pálpebras inquisidoras reconhecem minha ânsia
Sou reconduzido ao claustro, sob a luz da alma próxima
No exílio do lábio, enfim,
Encerro tua memória.



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Siiiiiiiiim!!! Vou publicar textos de outras pessoas melhores que eu.
Ou seja: vai demorar um pouco pra voces se sentirem deprimidos com meu eu-lírico trágico.
Aproveitem! É a estaçao da alegria! (Ou não. Depende agora do eu-lírico de vocês..)

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David, tirei o resto do título.
Mas pra satisfazer curiosidades: "Sinestesia do beijo" era o original. Eu é que sou mesmo muito abusada e resolvi alterá-lo. ;)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Esta semana pela primeira vez eu lamentei ter desfeito meu blog anterior. Não só pelos comentários de todos os (poucos) que me leram nos últimos anos, mas pelos meus próprios posts. Alguns foram memoráveis... ainda que eu os tenha esquecido.

E fica a pergunta: até que ponto vale a pena abandonar um pedaço de sua vida por causa de outra pessoa? Isso é válido? Fazer isso implica em anular-se? Sim, porque parece que eu apaguei um pedaço meu no dia que deletei o blog. Deletado de vez mesmo, sumido do mapa, porque o endereço antigo pertence a outra pessoa (aliás, Leonardo, você demonstraria uma consideração sem tamanho se usasse 5min do seu diálogo no orkut pra ao menos deletar o link do teu blog. A não ser, é claro, que você tenha gostado do novo "Abre parênteses").

E eu, em minha ânsia para correr atrás da Oab e ter o bendito número (6 algarismos que mudaram minha vida) acredito ter matado o restinho de artista que existia em mim. Hoje escrever foi um suplício... e pra mostrar que todo advogado tem um pouco de poeta, aconselho a leitura do (não meu mas nem por isso ruim) blog de outro escritor que a Oab teima em dizer ser advogado (palavras dele, mas poderiam ter sido do Leo, do caju, do Pedro...).

Você por aqui, de novo?