segunda-feira, abril 30, 2007

Mas e o jogo, hein? Que que foi aquilo, minha gente...



Depois de um silêncio quase sepulcral, quebrado timidamente pela Raça que se esforçava por manter alto o moral da torcida, aquele penalti surgiu como um raio de esperança.
Não importava se o juiz ainda não tinha dito se seria penalti ou não, não importava se ele iria expulsar o goleiro ou não, não importava nada. O lance, o drible interrompido por um goleiro estúpido sem noção de conseqüência foi o suficiente para que o Maracanã incendiasse aos gritos de "Meeeeeeeeeeeengooooooooooooooooo!"

E eu, que minutos antes questionei o Flamengo e ouvi um "meça suas palavras" muito bem dito pelo João (jovem João muito sábio futebolisticamente falando), não precisei de mais nada para sentir o coração explodir, as pernas ficarem bambas e o grito de alívio, raiva, frustração e rancor vir à garganta.

Porque domingo eu fui ao Maracanã e torci pro time que sou fã.
Não levei foguetes nem bandeiras, e por pouco ele não perdeu o campeonato ainda no primeiro jogo, entregue de bandeja pra um time que passou boa parte dos 90min caindo no chão sabe-se lá porquê.
O meu time pode não ter botado pra ferver, ou ter preferido fazer isso só após 15min do segundo tempo, mas o Maracanã em peso gritou o nome dele, enquanto a torcida botafoguense, coitada, ia diminuindo, diminuindo, diminuindo até sumir...

Pouco importa o empate. O Flamengo do 2o tempo foi o Flamengo, e eu fui ao Maracanã pra ver isso. Ver o MEU time jogar. =)

quarta-feira, abril 25, 2007

Sabe a sensação de que todas - absolutamente todas - as pessoas ao seu redor têm um motivo para estarem ali?
Pois é. Ela existe.

Sabe quando parece que tudo aconteceu para que você estivesse naquele local, com aquelas pessoas?
Pois é. Parece.

terça-feira, abril 24, 2007

Não verifiquei se isso existe, mas que é o máximo, isso é. Fiquei até emocionada!

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Processo Número: 0737/05
Quem pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e
Starcell

Ementa:
UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR.

Sentença:

Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais. Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza! Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha! Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens..... Não é coisa de segunda-mão, não! Consertado, dias depois não prestou mais... Não se faz mais conserto como antigamente! Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito. Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão. Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de "placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador". Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto.... Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da "incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica." Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor? Disse mais a Siemens: "o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto". Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso. O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo! A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de "legitimatio ad causam", também por motivo do "vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias" e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então "allegatio et non probatio quasi non allegatio". E agora seu Gregório? Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto! Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: "leve dois e pague um!" Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo! Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou! Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o
aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor. Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia! Por fm, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada. À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça! A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça. Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar. Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo! Por
último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu "extra petita", quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar. No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.

Conceição do Coité, 21 de setembro de 2005
Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito
A semana começou tão bizarramente que não sei se narro primeiro minhas peripécias domingueiras tentando ver Red Bull Air Race (sim, eu estava dentre o 1 milhão de loucos que assistiu os velhinhos voando a 300km/h) ou se começo pelas bizarrices de hoje.

Começarei por hoje, ao menos por enquanto.

Meus nobres colegas causídicos (hahaha), visitem este site. Impressionante como tem gente fazendo besteira. Aqui sim vocês podem procurar motivos para dizer que tem gente comprando gabarito de prova pra juiz, porque eu ainda acho que a história do galo é perfeitamente plausível...

Por enquanto é isso. Divirtam-se.

quinta-feira, abril 19, 2007

"O gigante colocou o menininho em cima da última árvore ainda sem folhas e sem flores, e a primavera chegou. O coração do gigante, derretido, aproveitava as pequenas alegrias que o muro por tanto tempo o impedira de ver, e de sentir."

E foi mais ou menos assim que eu me senti no Maracanã. Impressionante como um enorme círculo de concreto armado, ferro e plástico adquire vida e torna-se menos amedrontrador visto por dentro, ao som dos gritos de euforia e das músicas que só a torcida flamenguista tem.
Cantar o hino junto com milhares de pessoas, no Maracanã, enquanto o time entrava em campo, entra pra minha lista de desejos a repetir.

terça-feira, abril 17, 2007

Chuva fantasma

A semana promete.

Começamos com uma viagem até o Méier (quem mora no Méier não bobéier nem pega mocréier, vai entender) no domingo, saltos altos, maquiagens e cadeiras a tiracolo. Sim, cadeiras. Sabe como é, recém-casados solicitando que cada visita compareça munida de seu próprio assento, sob pena de passar a noite em pé ou brigando por um lugar sentado.

Ontem, às expensas de minha empregadora que eu amo de paixão, iniciou-se meu curso. Direito dos Contratos, palestra proferida pelo brilhante Gustavo Tepedino (Pedro, o cara sabe falar, isso você deve admitir).
Brilhantemente encerrada mais de uma hora antes do previsto. Saí cedo. Por "cedo" entenda-se 20h30. Considerando que eu estava na Candelária e fui pro ponto de ônibus na Presidente Vargas sozinha, esse "cedo" já era bem tarde...

Hoje então, às 6h30 da madrugada, fui acordada pelo perfume de minha irmã. Vocês já foram acordados por perfume? Bem dentro do seu nariz? Você lutando pra resistir e ele invade suas terminações nervosas e grita para o seu cérebro "Acorda, fdp! Se eu vou trabalhar agora, você vai também!"
Levanto, tomo banho e estou com o armário aberto na eterna dúvida "calça jeans? salto alto? preto ou bege? blusa comprida? rosa? branca?" quando minha irmã (a dona do perfume talibã) aparece às gargalhadas informando que a chuva está chegando e que o centro da cidade já estava inundado. Eu penso "Pronto. Ferrou. Meu guarda-chuva ficou lá."
Descubro um guarda-chuva no armário (aqueles que você guarda porque tem pena de jogar no lixo e acha que um dia vai servir, vai sim!) e a chuva começa. Tímida, tomando coragem. Quando ela toma coragem eu já estou na porta de casa, gritando por meu irmão e dizendo "anda logo! vambora!", enquanto ele atônito olha pela janela. Horário de trabalho é horário de trabalho...
A chuva parecia meio sádica... Molhava como nunca!!!
Fugindo das tradicionais poças (leia-se "póças") na calçada, vamos pelo meio da rua, até que a rua desaparece. Litros e litros de água ondulante e nada confiável transformaram o final da minha rua (que é descida) em um rio. Passamos por dentro de um bar para fugir da água e seguimos pela calçada, acompanhados lado a lado pelo tal rio (que já tem um metro de largura e 10cm de profundidade), até que chega a esquina. E o rio vira à direita, exatamente do lado onde estávamos...
Analiso a correnteza, penso bem, imagino voltar pra casa, mas não posso.
Ultrapasso o rio aos saltitos de corsa assustada, enquanto as pessoas no ponto de ônibus do outro lado da rua riem discretamente. Minha cara de estupefação vira tristeza absoluta ao tirar o sapato de couro para derramar a água. Meus pés sentiram-se peixes e eu me senti péssima.
A chuva parou quase instantaneamente. 10min depois disso não havia água no céu e o sol aparecia, quente como sempre.

E o arco-íris. Espetacular.
Valeu a chuva, valeo o banho extra, valeu a água e a possível gripe. Valu até o estrago no sapato e o cheiro nada agradável de couro molhado...

Porque o Rio de Janeiro é mesmo uma cidade maravilhosa, e a natureza sempre arruma um jeito de colaborar, mesmo que para isso eu tenha passado por afogamentos, atrasos e um trânsito absurdo.

quarta-feira, abril 11, 2007

Z.É. - Zenas Emprovisadas

Mais engraçado do que parecia. Alguns momentos hilariantes, outros apenas engraçadinhos. E um Leonardo muito constrangido sentado do meu lado.
Nada como estar fora de seu ambiente natural e descobrir-se vivo!

* * *

E o próximo programa será assistir "Soppa de Letra", na Caixa Cultural.

terça-feira, abril 10, 2007




EM DEFESA DO MANTO SAGRADO
Mauricio Neves e Arthur Muhlenberg

Pense no Clube de Regatas do Flamengo por alguns segundos antes de continuar a leitura deste texto. Pensou? Pronto. Bastam alguns segundos para ligar o nome Flamengo ao Maracanã lotado, aos gols de Zico, à paixão de uma torcida tão grande que é chamada de Nação. Mas poderíamos apostar sem medo de errar que todas essas lembranças foram precedidas de uma única, primordial e insubstituível, a partir da qual nasceram todas outras.

Falamos da camisa do Flamengo. A veste que abrigou Domingos da Guia, Valido, Índio, Dida, Fio, Doval, Zico, Júnior, Leandro, Rondinelli e Petkovic. A camisa que vestiu nossos avós, nossos pais, que veste a nós e aos nossos filhos, e que vestirá os filhos de nossos filhos. O Manto Sagrado.

A camisa de listras horizontais rubro-negras é um símbolo maior do que Zico porque foi fundamental para que o menino Arthur Antunes Coimbra se apaixonasse pelo time que também era o time de seu pai. Arthurzico nasceu em lar flamengo respirando vermelho e preto por todos os lados. A camisa do Flamengo é um símbolo mais significativo do que Júnior porque sem ela Júnior seria Leovegildo, um nome difícil perdido na multidão. Por isso Júnior diz: - Esta camisa é a minha segunda pele.

Façamos um acordo: se há, na história do Flamengo, um símbolo mais importante do que Zico e Júnior juntos, este há de ser o símbolo maior do clube. Nelson Rodrigues disse que para os clubes a camisa vale tanto quanto uma gravata, mas ressalvou: menos para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Tudo.

E quando qualquer um pensa na camisa do Flamengo, mesmo aquele que não tem a ventura de torcer pelo rubro-negro, a imagem que lhes vêm à cabeça é de uma camisa simples, de listras horizontais alternadas em vermelho e preto e bordadas sobre o coração, em letras brancas, as iniciais CRF.

E assim são as nossas camisas, panos rubro-negros com iniciais em branco, como se fossem dez escudos se espalhando pelo gramado em permanente defesa territorial.

A camisa mudou ao longo dos anos, é verdade. Precisou render-se ao patrocínio, não é mais de pano pesado, os números não são mais costurados e o CRF foi trocado pelo escudo, formando uma absurda composição de escudo sobre escudo. Sobrevive no nosso imaginário, porém, sempre do mesmo modo: listras rubro-negras e CRF no lado esquerdo do peito.

A verdade é que a nós, flamenguistas, apavora a possibilidade de que o nosso fornecedor de material esportivo, a Nike, faça com o Manto Sagrado o mesmo que fez com a camisa da seleção brasileira, transformada em um artigo fashion como outro qualquer, pois teve seu conceito original distorcido com o deslocamento do escudo da CBF da sua posição original, sobre o coração, para o meio da camisa. Não nos parece que o atual modelo possua a aparência e a dignidade que merece uma camisa cinco vezes campeã do mundo. Mas deixemos a seleção de lado e vamos agir enquanto é tempo.

Presidente Márcio Braga, todos os poderes para preservar essa instituição mundial que é o nosso Manto Sagrado repousam em suas mãos. Que seu bom senso, equilíbrio e respeito às nossas mais caras tradições se manifeste, ainda que, inexplicavelmente, em sua gestão tenha sido extinta uma de suas mais tradicionais vice-presidências, a do Patrimônio Histórico.

Como comandante dos poderes constituídos de uma Nação, o Presidente sabe melhor que ninguém que a aparência da nossa camisa não pode ser decidida pela visão inconstante e desapaixonada dos movimentos da moda. A camisa do Flamengo é um monumento. Um patrimônio pertencente à Nação e que deve ser preservado por cada um de nós.

As listras rubro-negras horizontais e as letras brancas foram tombadas pela nossa paixão.

São sagradas. E pedem socorro.

Antes que seja tarde demais.

* * *

E cada vez mais eu tenho ceerteza que eu estou trabalhando no lugar certo...

domingo, abril 08, 2007

"O mundo é um lugar muito mal frequentado." - Luiz Fernando Veríssimo, "O jardim do diabo".

* * *

Às 21h21 do dia 21 de fevereiro de 2006 eu encerrei um conto com essa frase. A citação de desfecho, aprendida com o caju. Porque nem sempre uma frase de abertura é o melhor.

O texto era "Recorte" e ninguém deve se lembrar dele, ainda que ele tenha sido escrito para uma dessas pessoas. Livremente inspirado, como diria depois por msn pra tentar livrar-me da responsabilidade.

Mas eu mudei de idéia. Não sobre a pessoa, não sobre o texto.
Mudei de idéia sobre o emprego desta frase.

Descobri recentemente que o mundo não é um lugar tão mal frequentado assim. Eu é que acabava sempre parando nos lugares errados, com as pessoas erradas e, consequentemente, as companhias erradas.

E agora, no ano que deve ser o mais complicado da minha vida, por motivos vários dominados aos pedaços por quem me conhece, explicações não sendo desejadas, necessárias ou bem vistas, eu descobri que estou frequentando os melhores lugares, conhecendo as melhores pessoas e terminando meus dias sempre com um sorriso, ansiosa para que outro dia comece e eu possa reencontrar as melhores companhias, falar com as melhores companhias, pedir que as melhores companhias me visitem ou mesmo mandar e-mails recheados de saudades para as melhores companhias.

Porque vocês, meus queridos, tornaram meu mundo um local muito mais sorridente do que ele jamais foi.
Até mesmo vocês que eu conheço há menos tempo do que gostaria.

Então, obrigada pelos "eu hein", pela chantagem para não sair do msn, pelas indagações quanto ao meu futuro, pela esperança neste mesmo futuro, pelas risadas e apelidos, pela ajuda tecnológica (e outros detalhes), pela disponibilidade em me acompanhar, pela procura para conversar, pelo empréstimo de livros, pelo "eu te amo" inesperado, pela sinceridade e pela atenção, pelo chocolate amazonense, pelo francês durante o trabalho, pelo almoço.

Juntar vocês em um único pedaço do mundo tornaria meu caminho muito mais feliz. E ele já é por eu conhecer o nome, o telefone e a voz de cada um de vocês.

Vistam as carapuças. O objetivo era esse.
É Páscoa. E as pessoas pensam todas em comer chocolates, entregar chocolates, ganhar chocolates. Menos quem está de dieta. Ou quem gostaria de conseguir estar, como eu.

Na 6a feira, saindo do trabalho, ouvi um "Boa Páscoa. Mas vê se não exagera."
Não me toquei no momento, mas depois comecei a ver os sintomas.
Eu não fico bem com qualquer roupa. O vestido que eu usei na minha formatura não cabe mais em mim. Uma amiga disse que eu estou cada vez mais parecida com minha irmã.

(Não me entendam mal, eu amo a minha irmã e acho-a realmente bonita. Mas ela é alta, pode se dar ao luxo de estar alguns quilos acima do ideal. Eu não posso.)

Então a resolução de ano-novo, iniciado neste 8 de abril, junto com o aniversário do Thadeu e a ressucitação de Jesus no 3o dia, é emagrecer os 10kg necessários para voltar ao meu auge, no início de 2003. Afinal, emagrecer foi a parte mais proveitosa do término do meu namoro anterior, não posso permitir que isso se perca por causa de alguns deliciosos e magníficos chocolates de Páscoa.


* * *

A ciência crê impossível Jesus ter ressucitado. A ciência discute o santo sudário. Eu não discuto nada. Desconfio seriamente que ele não "ressucitou", ele "ascendeu". Há uma enorme diferença de definições... =)
E afinal, quem acredita nos cientistas? rs

quarta-feira, abril 04, 2007

Aproveitando o silêncio da hora de almoço em uma véspera de feriado (oras, hoje É véspera de feriado, só não falaram pra Companhia), resolvi configurar minha secretária eletrônica (sim, eu sou chique, tenho secretária eletrônica na linha do trabalho).

- Digite sua nova senha.
- Aperte 2 para gravar o seu nome. Não inclua saudação.

"Sarita Oliveira"

- Aperte 5 para salvar, 6 para repetir, 4 para descartar.

(aperto o 6)
"Sarita Oliveira"

Peraí, essa não é a minha voz! Eu NÃO TENHO voz de criança!
(aperto o 4, obviamente)

E isso se repete por outras 3 vezes, até eu me convencer que sim, eu tenho voz de criança.

- Para gravar sua saudação pessoa, aperte 2.

"Olá! No momento, não posso atender. Deixe sua mensagem após o sinal. Obrigada!"

- Aperte 5 para salvar, 6 para repetir, 4 para descartar.
(aperto o 6 e ouço uma criança dizer)

"Olá! No momento, não posso atender. Deixe sua mensagem após o sinal. Obrigada!"

Como assim????? Eu tentei disfarçar no nome, que era uma expressão curta, não vai ter como fazer voz de adulta em uma frase tão grande! A começar por esse olá, muito pouco corporativo...
Enfim, faço o meu melhor e, depois de apagar a mensagem outras 3 vezes, quase consigo um bom resultado.

Se você tem meu telefone do trabalho, eu recomendo ligar em um horário fora do expediente. Ouça a mensagem e diga se não é voz de criança...

* * *

Subitamente, muita coisa passou a fazer sentido.
Então é por isso que os clientes ligam, eu dou minha opinião e eles ligam de novo pra falar com outra pessoa. É pra falar com um ADULTO!!!!! Não é que eles tenham algo contra mim, é que pra eles eu sou uma criança que atendeu o telefone e por acaso sabe juridiquês!!!

Um absurdo.. francamente.