quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Série "Cortês, mas sem noção"

Algumas pessoas são "pocket". Pessoas "de bolso", "portáteis", fáceis de levar pra todos os lados. Isso não quer dizer que elas sejam aturáveis, suportáveis, de fácil convivência. Não. Quer dizer exatamente que essas pessoas possuem características que as tornam "portáteis".

Senão vejamos (como diria eu em um parecer):

portátil
Adj. 2 g.
1.De fácil transporte: máquina de escrever portátil; "o livro grosso .... transformou-se ...., dividiu-se em cadernetas, voluminho portátil" (Latino Coelho, Tipos Nacionais, p. 81).
2.De pequeno volume e/ou pouco peso.
3.Que se pode armar e desarmar, sendo, pois, mais ou menos facilmente transportável: altar portátil.

(Dicionário Aurélio)

Diz o ilustre Aurélio que portátil é aquilo que pode ser transportado. Pessoas não costumam ser transportadas, a não ser por veículos de transporte. Mas isso não seria aplicável aqui, pois eu não sou um veículo de transporte e portanto não me interesso em transportar pessoas. A não ser, é claro, nas raras oportunidades em um velório (assunto mórbido demais para ser comentado neste blog alegre e animado).

A terceira definição fala que portátil é o que pode ser armado e desarmado com facilidade. Não me lembro de poder armar e desarmar pessoas, a não ser que elas possuam próteses. Neste caso específico, seria no mínimo cruel relacionar-se a essas pessoas como portáteis, e o bom senso (além do respeito à legislação e do medo de ser processado por preconceito) me impediria de usar este significado.

Resta, então, o segundo: portátil é aquilo que tem pequeno volume e pouco peso.

Oras! Se eu digo que alguém é "pocket" digo que é "portátil".
Senão (novamente) vejamos:

pocket
-adjective
18. small enough or suitable for carrying in the pocket: a pocket watch.
19. relatively small; smaller than usual: a pocket war; a pocket country
.
Dictionary.com

Então, pulemos a definição número 18 (por absoluta inaplicabilidade). A definição 19 diz que pode ser caracterizado como "pocket" o que seja menor do que o habitual.

Se eu digo então que o Eduardo é um "pocket lawyer" digo não que ele é portátil, que eu posso carregar pra onde quiser, mas que ele é menor do que o usual, que tem pequeno volume.

("Nos menores frascos, os melhores perfumes e os piores venenos", já diz o ditado.)

O que é menor em tamanho do que o usual costuma ser proporcional. Se eu digo, então, que o Eduardo é pequeno, porém proporcional, eu nada mais falo do que repetir que ele é um "pocket lawyer", um advogado "de bolso".

Por isso que eu digo: quem fala pode até ter pensado besteira, mas só será interpretado dessa forma se: (i) for claro o suficiente para não poder ser abstraído, o que não foi o caso; (ii) o interlocutor tiver pensado besteira.

Eu me limitei a definir Eduardo como um "pocket lawyer". Como não pensei besteira, só nos resta uma alternativa...

Eduardo é "pocket lawyer". Os outros dois advogados podem não ser "pocket", mas têm uma imaginação muuuito fértil...

12 comentários:

Anônimo disse...

Pessoas, pasmem, mas proporcional passou a ser sinônimo de pequeno!
Ou seria o contrário?
Isto porque, como alega a cara colega, "o que é menor em tamanho do que o usual costuma ser proporcional"...e eu ainda estou chocada...

Para aqueles que não costumam consultar o Aurélio, porque ficaram traumatizados no colégio, procurem no Michaelis:
proporcional - simétrico; relativo a uma proporção matemática.

Sei lá, vi tanta gente embriagada, bêbada, alucinada mesmo, neste Carnaval, que não fico chocada em ver que alguns, só alguns, continuam assim, como se diz, "fora da área de cobertura"...
E, como diz o refrão, "tente mais tarde"

E, querida amiga, tentarei!!!

Anônimo disse...

Eu não disse que proporcional virou sinônimo de pequeno. Disse apenas que o que é "menor em tamanho do que o usual" COSTUMS ser "proporcional". Se eu reduzo algo para uma escala menor (reduzo o tamanho) supõe-se que eu mantenho a proporção.
E não sei se o caro anônimo percebeu, mas estamos falando em reduzir escala, não em aumentá-la. Se eu reduzo, eu mantenho a proporção.
É um erro grosseiro de interpretação generalizar desta forma... mas eu o perdôo por ser sua primeira visita aqui.
Pato novo......

Anônimo disse...

Como já é de costume, este respeitável blog traz mais um texto escrito com elegância e desenvolvura; dessa vez, contudo, acho que uma polêmica desnecessária foi estabelecida, talvez por conta da inocência da situação.
Segundo a revista Veja, a altura média de um "jovem adulto" é de 1,75 metro, e está cinco centímetros maior que a da geração passada, que era, logicamente, 1,70 metro. Ora, considerando-se que eu não sou um "jovem adulto", tendo em vista meus provectos 31 anos de idade e minha vasta cabeleira grisalha, mas tampouco sou um "velho adulto", posso classificar-me como um "adulto-adulto", sendo (e isso é verdade) da "geração passada", na qual a altura média era de 1,70m.
Considerando-se ainda que tenho precisamente 1,70m de altura, estou exatamente dentro dos padrões de altura da minha geração (aquela anterior à atual), o que me exclui da categoria de "baixinho". Decerto não sou nenhum gigante, mas "baixinho", "portátil" e afins também não.
Aliás, gostaria de ressaltar que aqueles que criaram essa historinha tampouco se destacam pela imponência de estatura - por outros motivos sem dúvida, mas altura não.
Por fim, devo recordar que há outras pessoas ilustres menores do que eu, como o Exmo. Dr. Leandro, co-autor dessa gracinha, e - por que não - o Romário, todos mais baixos do que o meu 1,70m de altura.
Por isso o título do post, in fine, é tão adequado a essa situação: sem noção.

Anônimo disse...

Só um esclarecimento, que se faz necessário: a autoria inicial da gracinha foi minha, eu que falei que você era "pocket", mas foi um comentário meigo, não pejorativo (desculpa se eu magoei você, tá?).

A participação do Leandro foi unicamente rindo e colocando pilha, depois que o anônimo aí em cima e uma terceira pessoa levaram a proporcionalidade para âmbito menos ortodoxo... rs

Anônimo disse...

falou, falou e não falou nada...
Esperava mais do Aurélio, digo, de você mesma!!!

Anônimo disse...

Esclarecimentos que se fazem necessários sobre a política deste blog:

1- Qdo for fazer juízo de valor negativo, favor identifique-se. Nessas situações é vedado o anonimato, mas preservada a liberdade de expressão.

2- Isso não é uma democracia, é uma ditadura na qual eu sou a tirana máxima e rainha absoluta. Mas, como apesar de ditadora tenho bom senso, não apagarei os comentários, limitar-me-ei a esculhambá-los e deixar o anônimo envergonhado e feliz por não ter usado seu nome real.

Tenho dito. =P

(rs)

Anônimo disse...

Ah, a gracinha foi sua?! Pensei que tivesse sido coisa dos seus dois colegas aí de Edise, os tais "outros dois advogados", e que a sua colega de baia é que tivesse colocado pilha. Daí a revolta do post.
Se eu soubesse que o comentário era de sua autoria jamais teria gasto meu latim em uma defesa tão veemente.
Quérida, você é um amorzinho e eu sou incapaz de me aborrecer com você. Só tinha ficado na dúvida se o comentário era um elogio ou não. Como eu pensei que fosse produto da mente doentia daqueles dois párias, concluí (erroneamente) que não era. Aí eu magoei (hum...). Mas, esclarecidos os fatos, tá tudo resolvido.
É como dizia o Insigne Celso Russomano: "Tando bom prambas as partes,tá bom pra todo mundo". 8)

Anônimo disse...

Opa, peraí!!!

1. Essa discussão tá muito alto nível. Vamos escrever umas gírias, abreviar umas palavras pra salpicar um molho quente.

2. Qual é o segredo para um post tão longo ter sete comentários (com este serão 8) em menos de 8 horas? Fantástico aproveitamento. Parabéns!

3. Eu também tenho exatos 1,70m.

4. Eu não fui autor da gracinha. Eu estava no sol esperando o Eduardo e, quando ele chegou e pudemos ir para a sombra, a gracinha já estava no ar. Eu soube dela ao mesmo tempo que a vítima.

5. Não coloquei pilha em nada. Mas ri. E muito. Merecidamente.

Anônimo disse...

Relativamente ao comentário acima, devo esclarecer que:

1. Que o Leandro não foi o autor da gracinha já está esclarecido;

2. Fala sério que você tem 1,70, né, Leandro? Você é 2 (DOIS!) cm menor do que eu;

3. Se riu, botou pilha. Se foi merecido ou não, é outro papo;

4. Agora são nove posts! Mais um e chegaremos à histórica marca de dez! Vamos lá gente!

Anônimo disse...

Pronto: dez posts!
Agora quero ver isso lá no meu blog...

Anônimo disse...

Caros colegas, senti um certo ressentimento por parte do Eduardo...

E pude, também, concluir que apenas Sarita é tão amada e querida, razão pela qual o pequeno, digo, proporcional colega não conseguiu guardar mágoa de tamanha maledicência...É, novos tempos!!!

Pelo menos, agora sei qual o verdadeiro significado da palavra...Obrigada, Tita!

PS: Sou eu, de novo - a ANÔNIMA

Anônimo disse...

Hahahahahahaha!

Sarita não é tão amada e querida. Sarita é tolerada, como os adultos toleram as crianças porque sabem que um dia elas vão crescer. As pessoas sabem que um dia eu paro, por isso me toleram. Taí o Leo que não me deixa mentir (foi ele o 1o a usar o verbo "tolerar").

Mas cara anônima, pra que tanto anonimato???