sábado, setembro 29, 2007

Guarujá/SP

O motivo: participar do IV ICCyber (Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos). Sim, eu assumi meu lado nerd (não vou nem mencionar a origem das influências malignas, porque creio que todos sabem).

A novela começou mais ou menos as 15h, quando nossa heroína pega o ônibus na Rodoviária do Guarujá (vocês sabiam que o Guarujá é uma ilha?? pois é!).
Para que ela não ficasse com medo na Imigrantes, disseram-lhe:
Essa é a estrada mais moderna de sampa, relax...
Peraí. Ela no ônibus, a não sei quantos metros acima do nível do mar, subindo cada vez mais, em uma rodovia que não está colada na pedra, nem está sobre ela, mas apenas elevada, sobre pilotis imeeeeeeeensos, e querem que ela relaxe???


























(Reparem na estrada láaaaaaa no fundo...)

















Mas enfim, ela sobrevive à estrada... chega na Rodoviária de Jabaquara às 16h40, pega um táxi e o taxista é gentil o suficiente para explicar o atalho que estava pegando em consideração ao seu vôo - às 17h40.
Nossa heroína e seu salvador de ocasião fogem da Bandeirantes e seu trânsito caótico diário tradicional. Ela chega no aeroporto às 17h e faz check-in (fazem, ela e suas bagagens de mão. Aliás, perceberam como as bagagens de mão ficam cada vez maiores, mais pesadas e menos "de mão"?) e dirige-se ao portão de embarque.

Vôo Varig 2441, com destino ao Rio de Janeiro, embarque previsto às 18h10, pelo portão 05.
Mas o quê? 18h10?
Passageiros do vôo Varig 2441, com destino ao Rio de Janeiro, embarque previsto às 18h25, pelo portão 05. Fiquem atentos ao sistema de som.

Sarita!
Ahn? Não é o sistema de som... Nossa heroína vira-me. Um analista da Petrobras, que também estava no ICCyber, está esperando o avião. O mesmo. Atrasado.
Ela se senta, os dois conversam, falam sobre computadores, redes, hacks etc. Nada de avião.
Ela lê o livro, ele joga PSP. 18h20. Nada de avião.
Ele tenta entrar na internet pelo PSP. Rede bloqueada. Se eu tivesse o Linux dava pra entrar, mas sem ele... 18h40. Nada de avião.

Passageiros do vôo Varig 2441, com destino ao Rio de Janeiro, embarque previsto às 18h55. Devido ao reposicionamento da aeronave, o embarque será feito pelo portão 04.
O analista, a heroína e suas bagagens-não-de-mão dirigimo-nos ao portão 04.
Sentam-se. Falam sobre música, ela ouço rádio, ele mostra a gravação do trio de jazz. 18h55. Nada de avião.

Varig. Vôo 2441. Rio de Janeiro. Embarque imediato. Passageiros posicionados nas poltronas de 11 a xx.
Ela se despede, deseja boa viagem e entra.
Sua bagagem não-de-mão recusa-se a colaborar. Por sorte, um cavalheiro faz a gentileza de levá-la até o bagageiro (coitado... deve estar com dor nas costas até hoje...).

O avião demora a decolar. Tempo suficiente para ela mandar um último torpedo de adeus, após receber a seguinte mensagem de mamãe:
Aqui começou a chover um pouco agora. Quando chegar no Rio me manda um torpedo. Deus as proteja.
["as" = Sarita e Juliana]

Mmm...
Façam os cálculos: chuva no Rio + serra + nuvens = medo + aflição + tensão + vôo de muitas horas.

Tá, tá, tá.. "Muitas" foi absudamente exagerado. Mas dêem um desconto. Ela estava cansada, tinha ficado mais de uma hora na estrada, não sei quanto tempo no aeroporto e agora ia pegar um avião sabendo que chovia torrencialmente no seu destino!

Senhoras e senhores, boa noite, eu sou o comandante ___ e devemos chegar no Rio por volta de 20h04. O tempo no Rio está chuvoso, mas tudo deve correr bem.
Deve???
O cara do lado já tinha se benzido umas 3 vezes, e ela estava tensa...
Mas já são 20h04! Não deveríamos estar pousando agora??? - pensa.
Tripulação, iniciar procedimento de pouso.
Senhoras e senhores, infelizmente não será possível pousarmos no Santos-Dumont, pois a pista está fechada. Vamos realizar nosso pouso no Aeroporto Tom Jobim.

Bem, dos males o menor. Ela ficará mais perto de casa, pelo menos...

A aeronave pousa por volta de 20h25.
A descida é na pista, para embarque no ônibus que os levará ao terminal. O aeroporto está um caos.
Conrariando as previsões, nossa heroína encontra um táxi, paga absurdos 30 reais e chega em casa, sã, salva, cansada, com sono e com o corpo todo dolorido.

E com um celular suicida, que passou a noite toda se jogando no chão.
Ele deve estar possuido por malevolos espiritos paulistas. Recomendo duas rodas de samba e um domingo na praia...

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De resto, fico com as fotos tiradas na estrada. E na praia... onde ela não fui por absoluto complô de São Pedro...

2 comentários:

Pedro H disse...

Vc aí reclamando da chuva e eu desesperado pór uma mísera garoa que torne essa maldita cidade habitável! Eu passei muito mal de ontem pra hj. Mal mesmo... passei o sabado sem comer absolutamente nada. Só agora consegui engolir uma maçã... aí eu entro no msn do cel e ta td mundo lá. Eu tomo um tylenol e melhoro e vou andando devagarzinho ate a lan house, pago dois reais por 40 minutos e os desgramados foram tds embora, e quem não foi ta "ocupado" e o sujeito acaba travando conversa com uma pessoa que não queria pq acho que fosse outra, qdo viu, já tinha falado alô! Enfim... um dia tds aprenderemos a dar valor á chuva.

Anônimo disse...

Ufa, que aventura!
Mas também, vc se mete em cada uma...