terça-feira, março 13, 2007

Pensava que só eu fosse adepta das revelações à distância. Descobri que não. As pessoas são bizarras. Acreditam piamente que a distância traz a impunidade, ou o esquecimento. Assim, qualquer coisa dita nessas circunstâncias ou será esquecida pela outra pessoa (pelo menos até o momento do retorno) ou será perdoada.

É como o último desejo de um moribundo ou as palavras de alguém reconhecidamente louco. Você pode escolher ignorar, acreditar e sujeitar-se às consequências, ou simplesmente sorrir com cara de paisagem e pensar "perdoai-o, Senhor".

O cara espera a mulher viajar para dizer a ela que não a ama mais. O cara viaja e, lá, informa à melhor amiga (casada) que está apaixonado por ela. A mulher aproveita a viagem do marido para assumir para si mesma que não o ama mais (sim, porque uma revelação bombástica é suficiente).

E a pessoa que ouve a revelação, em choque, limita-se a sorrir e continuar, com cara de miss em desfile. Acenando e sorrindo. E esperando.

Esperando o quê eu não sei. Não há nada a ser feito nessas situações. Pode-se, ao menos pensar "eu já sabia!". Porque, na verdade, se alguém espera a impunidade da distância é porque o assunto nunca deveria ter sido mencionado, por mais que você agora esteja feliz em saber.

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