sábado, maio 17, 2008

Pedro e Thiago

Acho que eu já comentei isso aqui, mas repito devido às circunstâncias.
Há alguns muitos meses, logo que o Pedro foi pra Brasília, eu acho que era a única pessoa a não olhar a conta de telefone e ligar pra ele com certa constância, além, obviamente, da mãe dele. Pode ser porque a conta estava em débito automático, pode ser porque eu não tinha nada melhor pra fazer, ou pode ser porque eu realmente sentia falta dele, depois de dividir com ele mesa em cursinho e frustrações de concursos e, principalmente, depois de me sentir culpada por eu ter passado na prova e ele não.

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Considerando a complexidade do trabalho em nossa empregadora, eu acho que ele deve estar agradecendo ter alguém a quem perturbar diariamente pedindo ajuda, alguém suficientemente gentil pra ajudar sem pensar duas vezes.

Não, Pedro, eu não ajudo só por me sentir culpada não. E se continuar com essa palhaçada de me achar "forçada" nas gentilezas te encho de p&%$#@! (Melhorou?)

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Enfim. Pedro, ainda em Brasília, me disse que eu tinha como característica marcante o fato de me aproximar das pessoas quando elas não estão fisicamente próximas. Ou seja: morasse ele ainda no Rio, eu não iria procurá-lo com tanta frequência e provavelmente não conversaria sobre metade das coisas que conversamos.

Pensei nisso ontem, depois de me despedir do Thiago, que falou algo mais ou menos assim: "O fato de eu saber que a partir de amanhã ficarei 15 dias longe de todos que eu conheço faz com que eu tenha que me controlar pra não fazer ou falar alguma besteira."
Em resumo, pessoas ficam impulsivas diante da proximidade da despedida. Talvez não impulsivas, talvez elas percam o medo. O clássico "fale agora ou cale-se para sempre". Mesmo que o "para sempre" dure 15 dias e, muito provavelmente, ao voltar você tenha preferido não ter aberto a boca antes.
É uma falsa segurança. Como se a distância fosse abrandar qualquer reação do interlocutor. Quer dizer que ama? Espere a véspera da viagem. Quer roubar um beijo? Espere o dia da viagem. Quer terminar tudo? No aeroporto, durante a despedida. E sim, as revelações serão sempre variações sobre um mesmo tema.

Com alguma sorte, na volta você poderá dizer-se arrependido, poderá voltar atrás, sem causar danos irrecuperáveis. Faz parte do senso comum essa idéia de aproveitar viagens para abrir o coração...

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Eu não caio mais nessa. Não tem como voltar atrás. Não diga nada que você não possa manter quando retornar. Simples assim. =)

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