quarta-feira, janeiro 24, 2007

Todo e qualquer meio de comunicação que ele pudesse usar para dirigir-se a ela foi bloqueado, apagado, excluído, ignorado. Por sua própria escolha, fez com que ela não falasse com ele. Resolveu que, se deveria seguir em frente, sozinho, iria fazê-lo realmente sozinho, sem apoio, sem amparo, sem sorrisos e sem olhares dela.
Na verdade, a última tentativa de contato foi no exato dia em que cortou o último laço que os unia. Afastou-se procurando-a. E descobriu que amor e ódio não são opostos, não são complementares e nem anulam-se mutuamente. Descobriu que a ausência do amor é a indiferença e que, pior do que odiá-la, seria acordar um dia sem sentir nada por aquela que movera sua vida durante muito tempo. Tanto tempo que ele vagamente lembrava como era antes, vagamente sabia o que fazia. Na verdade, ele sequer lembrava sua própria aparência física antes de conhecê-la. Não fossem as fotos e as testemunhas, ele juraria que não vivera antes daquele dia em que se encontraram.
E agora, afastar-se dela era como decretar sua própria sentença de morte. Suicídio. Sentia-se sendo esvaziado, e por mais que soubesse que assim seria melhor, não queria ficar indiferente. Queria amá-la, queria odiá-la, queria atirar-se a seus pés, queria vê-la chorar, queria.. queria. Ele apenas queria sentir alguma coisa, qualquer coisa. Que não tirassem o único fato que dava-lhe vida, que não afogassem-no em sua dor para torná-lo imune a ela. Não queria ser imune. Queria sofrer.

* * *

Quem imaginaria que eu um dia teria um blog?

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