Insólito demais pra ser verdade.
Cheguei cedo na Petrobras, fui pro jardim tomar café com João, o estagiário louco. Conversamos até quase 8h30. Poucas pessoas tinham chegado. Uma 3a feira com cara de 6a, mas eu jurava que já era 4a.Passei a manhã toda chamando pessoas para irem hoje a um jogo que só acontecerá amanhã.
13h, resolvo tirar minha hora de almoço. Onde? Na fila do Maraca. Pagando meia. A minha meia e as inteiras de muitas outras pessoas. Eu, Leandro e João, o estagiário maluco.
Volto para a Petrobras quase 15h. Uma hora a menos no meu banco de horas, um ingresso a mais na bolsa e planos audaciosos para amanhã (qual roupa, qual calçado, que horas, quem, onde). Amanhã terei plantão. Ou hoje, segundo meu calendário pessoal e enlouquecido...
E então, em um bota-fora particularíssimo (VIPs only), eu e Pedro passamos o resto da tarde trocando telefonemas. O objetivo era saber se afinal de contas o centro da cidade recepcionaria ambos ou não.
A chuva tentou, a chuva se esforçou, mas a chuva não conseguiu.
Depois de ir até o Edita (o Torre Almirante) pegar "V de Vingança" (a
graphic novel, não o filme), combinamos de ir até o McDonald's da São José esperar a chuva passar e o trânsito melhorar.
Eu peço um BigMac pra não perder o hábito e nos sentamos para conversar. Papo vai, papo vem, falamos sobre Anatel, Petrobras, lei 8666/93, e eu analiso meu presente de aniversário atrasado (o que vale é a intenção, oras!), a ser lido brevemente (
Pantaleão e as visitadoras, quando percebo uma sombra se esgueirando rapidamente pelo chão.
Não era uma sombra. Era um rato. Um rato enorme. Gigantsco. Cerca de 20cm de velocidade, sem contar a cauda.
Pessoas levantam-se assustadas, mulheres dão gritinhos, um trabalhador-braçal-mão-de-obra-escrava do McDonald's olha com ar incrédulo. O gerente chega e começa a chutar os móveis, na esperança que o rato saísse de seu esconderijo e pulasse nas pernas desavisadas que continuavam subindo as escadas tranquilamente.
"Mas peraí! Ele quer MESMO tirar o rato do esconderijo dele AGORA?"
Eu não sei o que ele queria. Sei que ouvimos guinchos do pobre animal acuado, e nem eu, nem Pedro, quisemos esperar pelo desfecho. Praticamente escorreguei escada abaixo (já imaginando o rato atrás de mim, fugindo dos bicos do gerente) até chegar na rua.
As ruas molhadas, enlameadas, sujas e escuras do centro do Rio de Janeiro nunca me pareceram tão amistosas. Ao menos nelas eu teria pra onde correr. Ou poderia dar um bico eu mesma no bicho. Isso se ele se atrevesse a correr na minha direção.
Fracos, T. Fracos...
Não eu. Todos os outros.